Dólar avança 2% e fecha a R$ 3,677, com ação do BC e cenário político
O dólar comercial fechou esta quarta-feira (23) em alta de 2,11%, cotado a R$ 3,677 na venda.
Na véspera, o dólar havia caído 0,26%. Apesar da alta no dia, a moeda norte-americana acumula queda de 8,16% no mês e de 6,87% no ano.
Atuação do BC
O Banco Central interveio no mercado pelo terceiro dia seguido com a venda de contratos de swap cambial reverso, que equivale à compra futura de dólares.
Até então, alguns operadores do mercado de câmbio haviam entendido a atuação do BC nas duas últimas sessões como uma maneira de sondar o interesse de investidores pelos contratos de swap cambial reverso.
Como não vendeu todos os contratos, apenas parte deles, o BC deu a impressão de que não queria estabelecer uma cotação mínima para o dólar, mas apenas garantir que a queda da moeda acontecesse de forma suave.
Agora, como a intervenção chegou ao terceiro dia, parte dos operadores de mercado passaram a acreditar que o BC pode estar tentando evitar que o dólar caia abaixo de R$ 3,60. O objetivo seria proteger as exportações brasileiras, em um momento de forte recessão.
O BC também reduziu, pela segunda vez neste mês, a oferta de contratos de swap cambial tradicional –equivalente à venda futura de dólares, o oposto dos swaps reversos– que vencem em abril.
Esse tipo de intervenção foi reduzido desde a última sexta-feira, já que o dólar vinha caindo ao longo do mês de março e com a perspectiva de uma alta mais lenta dos juros nos EUA, anunciada na semana passada.
Crise política
Investidores também continuavam atentos ao cenário político brasileiro.
Na noite da última terça-feira, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou que o juiz Sergio Moro encaminhe todas as investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na operação Lava Jato para o STF.
A decisão do ministro, no entanto, não trata da nomeação de Lula para a Casa Civil. Com isso, o ex-presidente continua impedido de assumir o cargo.
Ainda no âmbito da Lava Jato, a empreiteira Odebrecht oficializou a intenção de fazer "delação premiada" e colaborar com as investigações. Documentos apreendidos pela Polícia Federal no mês passado e divulgados hoje listam possíveis repasses para mais de 200 políticos de 18 partidos.
Investidores têm reagido de acordo com o desenrolar da crise política. Para alguns, a troca de governo poderia resultar em maiores chances de recuperação da economia e o fim da crise política. Outros, porém, acreditam que o cenário de incertezas continuaria atrapalhando o reequilíbrio econômico, mesmo com a saída da presidente.
Dados dos EUA
No cenário internacional, a queda nos preços do petróleo e do minério de ferro diminuíam o otimismo dos investidores, o que colaborava para a alta da moeda norte-americana em relação ao real.
Muitos operadores também reviam suas expectativas para a política monetária norte-americana após dois representantes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) darem a entender que pode haver pelo menos dois aumentos de 0,25 ponto percentual nos juros neste ano.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em economias emergentes, como o Brasil.
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