Dólar fecha a R$ 3,25 e cai 17,7% em 2016, a 1ª queda anual desde 2010
O dólar comercial fechou em baixa de 0,94%, cotado a R$ 3,25 na venda nesta quinta-feira (29), última sessão de 2016.
Com isso, o dólar acumula desvalorização de 17,69% neste ano, primeira queda anual desde 2010, quando tinha perdido 4,42%. Também foi a baixa anual mais acentuada desde 2009, quando havia caído 25,29%. Veja as variações anuais do dólar desde 2009:
- 2009: - 25,29%
- 2010: - 4,42%
- 2011: + 12,15%
- 2012, + 9,61%
- 2013: + 15,11%
- 2014: + 12,78%
- 2015: + 48,49%
- 2016: - 17,69%
O dólar começou 2016 a R$ 3,948 e terminou em R$ 3,25, o que representa uma queda de R$ 0,70 ou 17,69%.
Com o resultado da última sessão de 2016, o dólar fecha dezembro com uma desvalorização de 4,06%, maior queda mensal desde junho deste ano, quando tinha caído 11,05%.
Dólar tem diferentes valores
Não há um valor único e oficial para o dólar; ele varia de acordo com a fonte de informação utilizada. O UOL Economia usa a agência de notícias Reuters, que capta os dados de um grupo de bancos e corretoras.
Além disso, esse valor se refere ao dólar comercial, usado pelo governo e por empresas. Nas casas de câmbio, onde as pessoas comuns compram a moeda, o valor é maior.
Cenário político
Para o economista Alexandre Cabral, professor da FIA (Fundação Instituto de Administração), o cenário político foi um dos maiores fatores de influência dos movimentos do dólar em 2016, marcado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). "Sem dúvida, foi um ano político", afirma.
Em 21 de janeiro, o dólar atingiu sua maior cotação no ano, e também a maior desde a criação do Plano Real, em 1994: R$ 4,166.
A ex-presidente foi afastada do cargo em maio, após o impeachment ser aprovado pelo Senado, e perdeu o mandato definitivamente no final de agosto. Michel Temer (PMDB) assumiu em seu lugar.
A operação Lava Jato e as delações de ex-executivos da Odebrecht, que implicam dezenas de políticos, também continuam a afetar o mercado, segundo Cabral.
BC e repatriação
A entrada de Ilan Goldfajn na presidência do Banco Central (BC) em junho, no lugar de Alexandre Tombini, foi outro fator de grande influência sobre o valor do dólar, segundo Cabral.
Mesmo antes da entrada de Goldfajn, o BC atuou em diversos momentos ao longo do ano por meio da de contratos de swap cambial, que equivalem à negociação de dólares no mercado futuro.
A lei que permitiu a repatriação de recursos mantidos ilegalmente no exterior e que gerou a entrada de recursos no país contribuiu para a queda da moeda norte-americana em relação ao real.
Pouco antes da data limite para a repatriação, que era 31 de outubro, o dólar atingiu sua menor cotação em 2016: R$ 3,106 (25/10).
Cenário internacional
O cenário externo também agitou os mercados em 2016, segundo o economista. Entre os eventos deste ano, destacaram-se o Brexit (como ficou conhecida a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia), a eleição do presidente norte-americano Donald Trump e a decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) de subir a taxa básica de juros.
Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para lá recursos atualmente investidos em outros países onde os rendimentos são maiores, como é o caso do Brasil.
(Com Reuters)
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