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Ação da fabricante de armas Taurus opera em queda de quase 24%

George Frey/ Reuters
Imagem: George Frey/ Reuters

Do UOL, em São Paulo

16/01/2019 11h44Atualizada em 16/01/2019 18h27

Após desabarem na terça-feira (15), as ações da fabricante de armas Taurus operavam novamente em queda de mais de 20% nesta quarta-feira (16). Por volta das 16h50, as ações ordinárias se desvalorizavam 23,86%, a R$ 5,33, e as preferenciais perdiam 19,07%, a R$ 5,22.

Na véspera, os papéis da empresa despencaram 22% após o presidente Jair Bolsonaro assinar um decreto que facilita a posse de armas no país.

Também por volta das 16h50, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava quase estável, com leve alta de 0,01%, a 94.063,54 pontos. A Taurus não faz parte do índice. 

Fabricante de armas caiu após decreto

Na terça-feira, a Taurus teve desempenho fortemente negativo após o presidente Bolsonaro cumprir uma promessa de campanha e facilitar, via decreto, as regras para a posse de armas no país. 

Segundo o economista Pedro Coelho Afonso, a queda depois de um fato positivo para a empresa (a assinatura do decreto sobre a posse de armas) "é algo normal no mercado de renda variável" e reflete um movimento de venda de ações para embolsar lucros. 

"A Bolsa se antecipa ao fato sempre, e as ações se valorizam com essa expectativa. Quando chega próximo ou no dia do anúncio já não existe mais novidade, pois todo o ajuste de preço já havia sido feito antes. Agora é o momento de muitos venderem e realizarem o lucro de dias atrás", explicou. 

Também pode ter afetado as ações da Taurus uma declaração dada pelo ministro da Casa Civil na tarde desta terça. Onyx Lorenzoni afirmou que o governo estuda a abertura do mercado brasileiro para a produção de armas no país. Isso significaria mais concorrentes para a Taurus, sobretudo de empresas estrangeiras.

Segundo analistas, as mudanças no mercado não ajudam a melhorar a posição da Taurus, que se encontra em situação financeira delicada.

Ações disparam 181% em 2018

No ano passado, as ações da fabricante de armas ficaram entre as maiores altas da Bolsa de Valores brasileira, diante da expectativa de que Bolsonaro facilitasse o acesso a armas no país. As ações ordinárias da Taurus saltaram 180,8% em 2018, enquanto as preferenciais acumularam valorização de 130,9%, levantamento da empresa de informações financeiras Economatica.

Somente no mês de setembro do ano passado, os papéis da empresa chegaram a acumular alta de 140%, com a expectativa da eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República.

Novo nome

Antes da edição do decreto sobre armas, a companhia anunciou a mudança do seu nome de Forjas Taurus para Taurus Armas. A alteração da denominação social faz parte da "estratégia da empresa de focar no seu principal negócio, a produção e venda de armas", declarou Salesio Nuhs, presidente da Taurus. A empresa informou que não realiza mais a atividade de forjaria.

(Com Reuters)

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