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Dólar atinge maior valor no ano; Bolsa cai ao menor nível desde janeiro

Do UOL, em São Paulo

06/03/2019 17h24Atualizada em 06/03/2019 18h34

O dólar comercial fechou em alta de 1,47%, cotado a R$ 3,836 na venda, no terceiro avanço consecutivo. É a maior alta percentual diária em mais de três meses, desde 26 de novembro (2,47%), e o maior valor de fechamento no ano. Em 28 de dezembro, última sessão de 2018, o dólar terminou valendo R$ 3,876. Em 2 de janeiro, primeiro dia útil de 2019, a cotação caiu para R$ 3,81 no fechamento.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, emendou a quarta queda seguida e fechou em baixa de 0,41%, a 94.216,87 pontos. É o menor nível de fechamento desde 15 de janeiro (94.055,72 pontos).

A sessão de hoje foi mais curta por causa da Quarta-Feira de Cinzas, com os negócios começando às 13h. Na segunda-feira (4) e na terça (5), os mercados ficaram fechados devido ao Carnaval.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, se refere ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

JBS despenca 5,1%; CSN salta 9,4%

A maior queda do Ibovespa no dia foi da JBS (-5,1%), dona da Friboi, após notícias de que o governo norte-americano planeja emitir novas orientações para evitar recalls de empresas alimentícias ainda esta semana. A JBS tem forte atuação nos EUA.

Também fecharam em queda as ações do Banco do Brasil (-1,38%) e do Bradesco (-0,75%). Por outro lado, os papéis da Vale (2,8%) e da Petrobras (0,96%) registraram alta, enquanto o Itaú Unibanco (0,03%) ficou praticamente estável. Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.

No maior avanço do dia, as ações da siderúrgica CSN dispararam 9,39%, após notícia de que a empresa deve antecipar a venda de US$ 1 bilhão de minério de ferro.

Reforma da Previdência

Com o noticiário esvaziado por causa do Carnaval, investidores aguardavam novidades sobre o avanço da reforma da Previdência no Congresso. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro admitiu a possibilidade de rever alguns pontos da proposta, entre eles a redução da idade mínima para as mulheres de 62 para 60 anos, além de possíveis concessões no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e pensão por morte.

A declaração gerou preocupação no mercado, que passou a temer uma 'desidratação' da reforma, o que poderia reduzir a economia de R$ 1 trilhão em dez anos projetada pela equipe econômica.

Guerra comercial

No exterior, investidores acompanhavam desdobramentos das negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que o presidente dos EUA, Donald Trump, só assinará um acordo com a China se estiver "perfeito".

Na segunda-feira, Pompeo havia dito que EUA e China estavam "à beira" de um acordo comercial para encerrar a disputa entre os países.

(Com Reuters)

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