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Bolsa sobe 2,15% após tombo na véspera; dólar cai forte e fecha a R$ 5,104

Do UOL, em São Paulo

19/03/2020 17h03Atualizada em 19/03/2020 18h22

A sessão foi um pouco mais calma nos mercados financeiros globais nesta quinta-feira (19), após dias de pânico em meio à pandemia de coronavírus. A Bolsa de Valores brasileira oscilou bastante entre altas e baixas. O Ibovespa, principal índice, fechou o dia com valorização de 2,15%, aos 68.331,80 pontos, com ajuda da Petrobras (+8,15%) e com investidores buscando ações baratas para comprar.

O dólar comercial operou em queda na maior parte do dia e fechou em baixa de 1,83%, a R$ 5,104 na venda, em dia com atuação do Banco Central no mercado de câmbio. É a maior queda percentual diária em 17 meses, desde 8 de outubro de 2018 (-2,35%). Na semana, a moeda ainda acumula alta de 6,05% e de 13,90% no mês. Ontem, o dólar havia fechado em alta de 3,94%, a R$ 5,199 na venda, novo recorde nominal (sem descontar a inflação) desde a criação do Plano Real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

BC dos EUA libera dólares

"Os mercados continuam a contrabalançar as incertezas da profundidade e duração das atuais interrupções nos negócios e medidas de estímulo que estão sendo adotadas pelos formuladores de políticas", afirmou a equipe do Goldman Sachs, em nota.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pediu à agência responsável por alimentos e medicamentos dos EUA, a FDA, que agilize os processos para o desenvolvimento de tratamentos para o Covid-19. "Temos que remover todas as barreiras", disse ele.

Na ação mais recente para estabilizar os mercados financeiros em pânico, o Federal Reserve abriu as torneiras para que bancos centrais de nove países, entre eles o Brasil, tenham acesso a dólares, para garantir que o sistema financeiro mundial dependente da moeda continue funcionando.

Notícias sobre maior urgência do governo norte-americano em aprovar remédios em teste contra o coronavírus também colaboraram para a trégua.

No Brasil, corte de juros e medidas de emergência

O mercado nacional repercutiu a decisão do BC de cortar a Selic em 0,5 ponto, para 3,75%, menor nível da história. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) seguiu a tendência mundial de reduzir juros para tentar estimular a circulação de dinheiro na economia.

O Banco Central brasileiro informou que a linha de swap de 60 bilhões de dólares com o BC norte-americano não implica condicionalidades de política econômica e será usada para incrementar os fundos disponíveis para as suas operações de provisão de liquidez em dólares.

O governo anunciou novas medidas de combate à propagação do coronavírus, mas também para atenuar o efeito em alguns setores.

Mais cedo, o governo também mandou fechar fronteiras terrestres com Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Suriname para o ingresso de estrangeiros, por 15 dias, devido à evolução da pandemia da covid-19.

Atuação do BC no câmbio

No Brasil, o mercado avalia o tamanho das intervenções do BC no mercado de câmbio. O BC vendeu nesta quinta, entre operações de dólar à vista e linhas com recompra, US$ 2,635 bilhões, depois de na quarta haver injetado US$ 2,860 bilhões nesses mesmos instrumentos.

"O BC tem estado mais ativo", disse o Morgan Stanley em nota.

O BC tem atraído críticas de alguns agentes financeiros por, segundo eles, aparentar receio de utilização de instrumentos para atuar no câmbio e não demonstrar suficiente preocupação com a rápida valorização do dólar.

(Com Reuters)

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