Bolsa sobe 1,24% em quarto dia seguido de alta; dólar cai 0,08%
Com as mudanças ministeriais, que foram consideradas pelo mercado como "sinalizações positivas", o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em alta de 1,24% batendo os 116.849,67 pontos pela primeira vez desde o dia 19 deste mês. A mínima foi de 114.999,15 e máxima de 117.090,07 pontos.
É o quarto dia consecutivo de alta na Bolsa. Ontem, o índice fechou em alta de 0,56%, a 115.418,72 pontos.
As ações que lideraram os ganhos no dia foram da Embraer ( EMBR3.SA), com alta de 9,3%, cotadas a R$ 14,34. Na outra ponta, os papéis que mais caíram foram da Suzano (SUZB3.SA), com queda de 3,31%, cotados a R$ 70,62.
Após quatro dias consecutivos de alta, o dólar comercial fechou hoje em baixa de 0,08% ante o real, cotado a R$ 5,762 na venda. Ontem, teve uma alta de 0,44% ante o real, cotado a R$ 5,766 na venda.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
O que influenciou o mercado nesta terça-feira
Todos os olhares se voltaram para a política doméstica nesta manhã, depois da substituição inesperada dos titulares de seis ministérios, incluindo os principais nomes palacianos e as pastas de Justiça e Defesa, com a entrega da articulação política a uma deputada ligada ao centrão.
Além disso, o Ministério da Defesa informou que os três comandantes das Forças Armadas —Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa, da Marinha, e Moretti Bermudez, da Aeronáutica — serão substituídos.
A decisão de Bolsonaro foi vista por parte dos mercados como possível facilitadora da interlocução entre Executivo e Legislativo, o que ajudou o dólar a interromper a série de quatro altas.
O alívio para o real acontece porque as mudanças ministeriais são consideradas uma "sinalização positiva", disse João Vitor Freitas, analista da Toro Investimentos, à Reuters.
Com a expectativa de uma melhor comunicação entre o governo de Jair Bolsonaro e o Congresso, há esperanças de que o rearranjo ministerial possa significar a "correção" do Orçamento para 2021, disse Freitas, o que poderia aliviar os temores dos investidores em relação às contas públicas.
Aprovada pelo Congresso na semana passada com um atraso de três meses, a lei orçamentária para este ano foi chamada por técnicos do governo e economistas de "contabilidade criativa", com direito a reestimativa irreal de despesas, uma pedalada fiscal e parâmetros econômicos defasados, que demandariam cortes para evitar o descumprimento das regras fiscais.
Enquanto isso, contrapondo as expectativas em torno das mudanças ministeriais em Brasília, o avanço da covid-19 no país e a alta dos rendimentos norte-americanos limitavam a recuperação do real.
Na visão da equipe da Genial Investimentos, o Ibovespa repercutiu o noticiário doméstico, à medida que o mercado busca mais informações sobre a troca das seis pastas ministeriais realizadas na segunda-feira.
"Essas ações aumentam o grau de incerteza política, em um momento que investidores já se encontram desacreditados com o governo", afirmou a Genial em nota a clientes.
Para o estrategista Dan Kawa, da TAG Investimentos, as mudanças podem beneficiar a articulação política e a boa interlocução entre o Executivo e o Legislativo, o que seria positivo para a agenda de reformas.
"É claro que existe um abismo entre teoria e execução, mas é sempre importante começar ou dar o primeiro passo", observou, ponderando ainda que há também outros obstáculos a superar, como a questão do orçamento.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries - títulos do Tesouro dos Estados Unidos- de dez anos subiram para máximas em 14 meses nesta terça-feira, um dia antes de o presidente norte-americano, Joe Biden, definir como pagará por um plano de infraestrutura de US$ 3 trilhões a US$ 4 trilhões.
"(Os rendimentos) dos Treasuries continuam a pressionar conforme a economia norte-americana retorna à atividade e a vacinação no país avança", disse Freitas, que também citou a adoção de grandes estímulos fiscais nos Estados Unidos como fator de impulso para as taxas.
* Com informações da Reuters
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