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Ações da Coca-Cola em NY já caíam antes de Cristiano Ronaldo dar entrevista

Do UOL, em São Paulo

17/06/2021 13h58

Resumo da notícia

  • Atleta afastou garrafas da Coca-Cola e destacou garrafa de água, em entrevista coletiva
  • No mesmo dia, ações da Coca-Cola fecharam em queda na Bolsa de Nova York
  • O assunto ganhou páginas na Internet e virou até meme
  • Mas desempenho das ações da Coca-Cola já era negativo antes da entrevista

Em entrevista coletiva da Eurocopa, torneio europeu de seleções de futebol, em Budapeste, na Hungria, na última segunda-feira (14), o principal atleta da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo, tirou da mesa duas garrafas da Coca-Cola que estavam postas à frente dele, ao lado do microfone. Gesto contínuo, ergueu uma garrafa de água, e disse: "água".

No mesmo dia, ações da fabricante do refrigerante fecharam em queda na Bolsa de Nova York, cotadas a US$ 55,55, com uma desvalorização de 1,08% em relação ao valor de fechamento de sexta-feira (US$ 56,16). Durante a sessão de segunda-feira, a ação chegou a valer US$ 55,20.

O assunto ganhou páginas na Internet e virou até meme, relacionado o gesto do astro do futebol português à queda nas ações. Mas análise comparativa feita pelo portal Sportico, especialista em negócios do esporte, apontou que o desempenho das ações da Coca-Cola já era negativo antes da entrevista coletiva da Eurocopa e que o gesto protagonizado por Cristiano Ronaldo estava descolado da mínima cotação do papel na sessão.

Ação já caía antes da entrevista

A Bolsa de Nova York, onde as ações da Coca-Cola são negociadas, abre às 9h30, horário local. A entrevista coletiva de Ronaldo começou às 15h45, horário da Europa Central. No horário de Nova York, eram 9h45.

As ações da fabricante de bebidas já abriram em baixa e recuaram 0,9% entre 9h30 e 9h44, portanto, antes da coletiva da Eurocopa protagonizada por Cristiano Ronaldo.

Às 9h44, as ações da Coca já tinham caído para US$ 55,25, uma perda de US$ 2,1 bilhões em seu valor de mercado —antes mesmo de Ronaldo fazer cara feia para o refrigerante.

Com base nos gráficos de negociação, após cinco minutos de entrevista, a ação valia US$ 55,21. Atingiu o valor mínimo da sessão (US$ 55,20) às 10h20 (horário de Nova York).

Ao longo do dia, enquanto as imagens de Cristiano Ronaldo afastando as garrafas de Coca-Cola de perto dele rodavam o mundo, as ações da fabricante de bebidas até recuperaram parte das perdas, para fechar o dia cotadas a US$ 55,55.

Cotações não são em tempo real

Além de haver um descolamento entre o evento em Budapeste e os preços das ações em Nova York, uma questão técnica merece ser destacada. As cotações das ações são normalmente transmitidas com um atraso de 20 minutos para os principais sites de notícias, porque as Bolsas cobram para informar as cotações em tempo real, e a maioria dos sites opta por não pagar.

Um investidor de varejo olhando para o preço da Coca-Cola após o gesto de Cristiano Ronaldo poderia pensar que aquela queda era imediata, quando na verdade havia ocorrido antes.