Bolsa cai 1,74% após governo propor taxar dividendos; dólar sobe a R$ 4,938
Revertendo a trajetória positiva na semana, o Ibovespa fechou o dia em queda de 1,74%, aos 127.255,61 pontos — o menor patamar em quase um mês, desde 31 de maio, quando alcançou os 126.215,73 pontos. Também é a maior perda percentual diária desde 12 de maio (-2,65%).
Com isso, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) encerra a semana com perda acumulada de 0,90%. No mês, porém, o saldo ainda é positivo, com ganhos de 0,82%.
Já o dólar voltou a registrar alta, depois de quatro sessões seguidas de queda. A moeda americana terminou a sexta-feira em valorização de 0,67% frente ao real, cotada a R$ 4,938 na venda, voltando a se aproximar da casa dos R$ 4,95.
Mesmo com o desempenho de hoje, a semana fecha mais positiva para o real, com o dólar acumulando baixa de 2,58% desde segunda-feira (21). Em junho, a queda é mais de duas vezes maior: 5,50%
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Taxação de dividendos
A queda do Ibovespa e a alta do dólar — que destoam da trajetória do mês — são uma reação dos investidores à proposta do Ministério da Economia de incluir, na segunda etapa da reforma tributária, o imposto de 20% sobre dividendos distribuídos a pessoa física, com isenção para até R$ 20 mil recebidos por mês.
A pauta era promessa do ministro Paulo Guedes, que hoje disse ser "inadmissível" que bilionários paguem zero neste item, enquanto assalariados sentem o maior peso dos impostos.
O governo ainda propôs ao Congresso uma reforma do Imposto de Renda, prevendo redução da alíquota sobre empresas, e alterações à taxação de investimentos em renda fixa, fundos e Bolsa. A ideia é fixar uma alíquota única de tributação, sem diferenciação para aplicações de prazo menor, como acontece atualmente.
Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office, explicou à Reuters que "o mercado de capital fica menos atrativo quando você acaba com a tributação privilegiada, quando se trata de grandes investidores".
Ele disse que a mudança nos dividendos "pode levar a uma saída de capitais do mercado" doméstico, mas ressaltou que enxerga a movimentação da Bolsa e do dólar hoje apenas como um "susto inicial" em reação à notícia. "O mercado deve se adequar às mudanças mais à frente", acrescentou.
Vejo tensão no fiscal por conta do medo do populismo por conta das pesquisas [eleitorais] e [medo de] o governo acionar medidas inesperadas. (...) Mas também a crise hídrica e a reação ruim à reforma tributária [influenciaram]. De toda forma, não creio que seja nada permanente. No câmbio predomina a questão dos juros nas comunicações do Banco Central.
Profissional da área de câmbio de um banco estrangeiro, em declaração à Reuters
(Com Reuters)
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