Bolsa cai 6,57% no mês, o pior desde março de 2020; dólar sobe a R$ 5,446
O Ibovespa fechou a quinta-feira (30) em queda de 0,11%, aos 110.979,10 pontos, depois de registrar alta de 0,89% na véspera. Com o desempenho de hoje, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) encerra setembro com perda acumulada de 6,57% — o pior resultado mensal desde março de 2020 (-29,90%).
Naquela época, a covid-19 havia acabado de ser declarada como pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Ibovespa passou por seis "circuit breaker" — mecanismo ativado na Bolsa para interromper temporariamente as negociações quando o índice registra uma queda acentuada, de mais de 10%. É uma forma de reduzir a volatilidade e acalmar os ânimos dos investidores.
Já o dólar comercial emendou hoje sua sétima alta consecutiva, esta de 0,29%, e terminou o dia cotado a R$ 5,446 na venda. Em setembro, a moeda americana acumulou ganhos de 5,30% e teve seu segundo melhor mês de 2021, perdendo apenas para janeiro (+5,51%).
Em 2021, o Ibovespa registra queda de 6,75%, enquanto o dólar tem alta de 4,96% — ambos os resultados muito influenciados pelos respectivos desempenhos em setembro.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Ptax e incertezas puxam dólar
O desempenho do dólar hoje foi influenciado pela formação da Ptax de fim de mês e trimestre — uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para cálculo de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes a suas posições.
"Hoje tivemos o clássico da Ptax, e, como sempre falamos, um clássico é um jogo equilibrado, nem sempre tem um favorito", disse em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, referindo-se à "briga" entre posições compradas e vendidas.
Paralelamente, a combinação de preocupações crescentes sobre uma eventual redução de estímulos nos Estados Unidos e incertezas domésticas em relação à saúde fiscal do Brasil ajudam a manter o dólar alto, segundo explicou à Reuters Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos.
O próprio Banco Central avaliou hoje que o risco fiscal segue elevado no Brasil. Mesmo assim, defendeu a atuação do Copom (Comitê de Política Monetária), em meio a críticas por parte do mercado de que o BC teria ficado "atrás da curva" ao elevar os juros básicos (Selic) em apenas 1 ponto percentual, para 6,25% ao ano, mesmo com a inflação alta e acima da meta do governo.
As decisões [do Copom] foram em boa medida previsíveis e próximas ao que a maior parte dos agentes entendia adequado em cada momento, atestando a credibilidade do Banco Central.
Banco Central, em Relatório Trimestral de Inflação
(Com Reuters)
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