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Dólar fecha dia com queda de 0,64%, a R$ 5,227; Bolsa tem alta de 0,20%

Yuriko Nakao/Reuters
Imagem: Yuriko Nakao/Reuters

Do UOL, em São Paulo

09/02/2022 17h25Atualizada em 09/02/2022 18h17

Apesar de ter passado boa parte da manhã em um pequeno aumento, o dólar terminou o dia em queda de 0,64%, a R$ 5,227. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em alta de 0,20%, aos 112.461,39 pontos —com aumento de 0,28% em comparação com janeiro e 7,29% na variação anual.

Ante a semana passada, o dólar apresentou queda de 1,79%. No comparado com janeiro, a moeda norte-americana teve baixa de 1,49% e, em relação a 2021, caiu 6,26%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

As movimentações do dólar e da Bolsa hoje têm duas principais causas. A primeira é que os investidores hoje digerem dados domésticos de varejo melhores do que o esperado e leitura de inflação alinhada às expectativas, enquanto o ambiente local de juros elevados continuava fornecendo suporte à moeda brasileira.

O IBGE informou nesta manhã que o IPCA (Índice de preços no consumidor) subiu 0,54% em janeiro, enquanto as vendas no varejo doméstico caíram 0,1% em dezembro. Economistas consultados pela Reuters esperavam alta de 0,55% e queda de 0,5% nas comparações mensais, respectivamente.

A segunda causa é que participantes do mercado repercutiram nesta quarta-feira comentários feitos mais cedo pelo diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra. Em evento, ele afirmou que a batalha da autarquia contra a inflação está longe de ser vencida, mostrando preocupação com a propagação da alta dos preços.

Juros no Brasil e nos EUA

Agentes do mercado têm atribuído a desvalorização do dólar, em parte, ao patamar elevado dos juros, já que isso infla os retornos oferecidos por contratos de taxa de câmbio a termo da moeda brasileira.

A Selic foi a 10,75% ao ano na semana passada, após o Banco Central promover um terceiro aumento consecutivo de 1,5 ponto percentual.

Mas o exterior representa riscos negativos para a dinâmica do mercado de câmbio doméstico. Carla Argenta chamou a atenção para dados de inflação norte-americanos que serão divulgados na quinta-feira, que podem fornecer pistas sobre o ritmo que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, adotará ao elevar os juros.

A autoridade monetária já sinalizou aos mercados que começará a elevar os custos dos empréstimos em março, e uma surpresa para cima nos números de inflação desta semana poderia alimentar apostas de que essa alta inicial será de 0,5 ponto percentual. Atualmente, a visão predominante do mercado é de que o Fed começará seu aperto monetário com aumento de 0,25 ponto nos juros.

Taxas de empréstimo mais altas nos EUA "tornam ativos precificados em dólar mais vantajosos, tornam ativos de países desenvolvidos que oferecem maior segurança (como os EUA) mais vantajosos", disse a economista da CM Capital, afirmando que isso representa um desafio para o real.

(Com Reuters)