Bolsa sobe antes de BC cortar juros pela 6ª vez; dólar cai a R$ 4,975

O Ibovespa subiu 1,25% e chegou aos 129.124,83 pontos, emendando o terceiro pregão consecutivo de alta. O principal índice da B3 agora acumula ligeira alta de 0,08% em março.

Já o dólar caiu 1,09% e encerrou o dia vendido a R$ 4,975, depois de duas sessões seguidas fechando acima de R$ 5. No mês, a moeda americana ainda registra leves ganhos de 0,04% frente ao real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

No Brasil, BC reduz Selic pela 6ª vez, para 10,75% ao ano. A decisão era esperada por analistas, uma vez que o Copom (Comitê de Política Monetária) já havia sinalizado em janeiro que manteria o ritmo de cortes nos juros em 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. O novo patamar da Selic é o menor desde fevereiro de 2022 (9,25%).

BC dos EUA decide manter os juros básicos no patamar atual. A decisão permite aos membros do Fed (Federal Reserve) "avaliar cuidadosamente os dados que chegam, a evolução das perspectivas, e o balanço de riscos", segundo informou a autoridade monetária em comunicado. Com isso, os juros americanos continuam na faixa de 5,25% e 5,5% ao ano.

Fed também sinaliza três cortes nos juros ainda em 2024. Nove dos 19 membros do BC americano preveem três reduções de 0,25 ponto percentual, enquanto outros nove projetam duas ou menos. Apenas um deles previu mais cortes do que a mediana. As projeções sugerem que o Fed está mais inclinado a manter os juros altos por mais tempo para garantir que a inflação não fique acima da meta de 2%.

Taxas mais baixas nos EUA tendem a beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Copom, em comunicado

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O comunicado [do Fed], apesar de reconhecer que a inflação ainda está alta, citou que o mercado de trabalho vem se reequilibrando, demonstrando uma desaceleração. (...) Acredito que a expectativa de início de queda dos juros se mantém para junho, que é o que o mercado está precificando. Enquanto isso, as apostas de corte em maio seguem caindo.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital

(Com AFP e Reuters)

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