Dólar sobe a R$ 4,982 com Copom e surpresa na inflação; Bolsa fica estável

O dólar subiu 0,19% e terminou o dia vendido a R$ 4,982, recuperando parte das perdas registradas na véspera. Em março, a moeda americana acumula alta de 0,2% frente ao real.

Já o Ibovespa fechou praticamente estável, com leve queda de 0,05%, e chegou aos 126.863,02 pontos. É o quarto pregão seguido de baixa para o principal índice da B3, que recuou 1,67% no mês.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado repercutiu ata da última reunião do Copom. O documento sinalizou uma possível redução no ritmo de cortes nos juros básicos (Selic), hoje em 10,75% ao ano. "O cenário base para a reunião seguinte à próxima — ou seja, em junho — não está fechado para o Copom, mas a chance de um corte de 0,25 ponto percentual, hoje, é maior", disse à Reuters Marco Caruso, economista-chefe do PicPay.

Prévia da inflação desacelerou, mas superou projeções. O IPCA-15 ficou em 0,36% em março, depois de subir 0,78% em fevereiro. O resultado foi puxado pela perda da força do impacto sazonal da educação, mas ficou acima da expectativa de alta de 0,32%, segundo pesquisa da Reuters. Neste mês, pesaram os preços de alimentação e bebidas.

Segue a expectativa por dados de inflação dos EUA. Estima-se que o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), que sai na sexta (29), tenha subido 0,3% em fevereiro sobre o mês anterior e 2,8% nos últimos 12 meses. Para analistas, qualquer surpresa para cima será considerada como um revés para as apostas de um corte dos juros americanos em junho.

A ata ficou em linha com o comunicado do Copom da semana passada (...) [e] mostrou que o BC quer ter um pouco mais de flexibilidade no exercício da política monetária, para não ter que quebrar as expectativas e causar volatilidade desnecessária.
Letícia Cosenza, sócia da Blue3 Investimentos

O IPCA-15 acima das expectativas colocou os investidores em alerta, sugerindo que a inflação ainda é uma preocupação para o BC - que, por sua vez, mostrou na ata do Copom uma postura de cautela e flexibilidade em suas futuras decisões. A queda no preço do minério de ferro também impactou negativamente nas ações de empresas importantes, como a Vale, pesando sobre o Ibovespa.
Lucas Almeida, sócio da AVG Capital

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