Cultura e leis diferentes desafiam brasileiros que empreendem fora do país
Quem deseja abrir uma empresa fora do Brasil, além de todos os desafios próprios do negócio, tem de enfrentar uma dificuldade a mais: a adaptação cultural. Segundo Gilberto Campião, consultor de exportação do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), essa é a primeira etapa a ser vencida.
“Existem informações sobre um lugar que estão documentadas e outras que são subjetivas. É preciso verificar se há afinidade com o seu tipo de negócio ou se o produto é bem aceito. No caso dos bares, por exemplo, em países mais conservadores, não é possível beber na rua, e o horário de funcionamento é mais restrito”, declara Campião.
Na Irlanda, por exemplo, o brasileiro Rodrigo Arantes Rocha, 34, recuperou um bar, que estava financeiramente quebrado, com produtos típicos brasileiros. Mas, antes de se tornar sócio do negócio, precisou se enquadrar em regras específicas do país.
Para minimizar o problema cultural, o consultor dá duas dicas: viajar pessoalmente para a cidade antes de investir e procurar um parceiro local que esteja habituado com a rotina da região. O empreendedor também pode contratar advogados e contadores locais, para ajudar a formatar o negócio.
Outra preocupação que o dono de um futuro negócio precisa ter, segundo Campião, são as leis locais. “Há muitas diferenças entre as regras dos países, como a legislação trabalhista. Para esclarecer essas dúvidas existem órgãos especializados, como a Câmara do Comércio, que faz intermediação de negócios entre o Brasil e outros países, e o Secom (Setor de Promoção Comercial), filiado ao governo.”
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