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Taxista vende carro, cria firma de varais, fatura R$ 2,8 mi e abre franquia

Modelo de varal produzido pela Só Varais, empresa do ex-taxista Williams Duarte - Divulgação
Modelo de varal produzido pela Só Varais, empresa do ex-taxista Williams Duarte Imagem: Divulgação

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/02/2016 06h00

Taxista por mais de dez anos, Williams Duarte, 53, vendeu o carro com que trabalhava para fundar o negócio próprio, a empresa Só Varais, de São Paulo, especializada em soluções para áreas de serviço. Em 2015, faturou R$ 2,8 milhões, e iniciou a expansão pelo sistema de franquias.

O investimento inicial para uma unidade da franquia é de R$ 128,9 mil, incluindo custo de instalação, taxa de franquia e capital de giro. O faturamento médio mensal é de R$ 50 mil, com lucro que varia de R$ 12 mil a R$ 18 mil por mês, segundo o empresário. O retorno do investimento é a partir de 24 meses.

A ideia do negócio surgiu a partir de uma necessidade: ele precisava de um varal num corredor externo que não atrapalhasse a passagem. Não achou nada bom no mercado e resolveu fazer o seu próprio.

Varal eletrônico custa R$ 750

Varal eletrônico - Divulgação - Divulgação
Varal eletrônico é acionado por botão
Imagem: Divulgação

Com o dinheiro da venda do táxi, cerca de R$ 35 mil, fundou a Só Varais em 1996. Hoje, a empresa comercializa 20 modelos de varais, que custam entre R$ 180 e R$ 750. Há opções a manivela, dobráveis, para corredor e de chão. O público-alvo são as classes AB.

O modelo mais caro, e um dos mais vendidos, é eletrônico: o varal sobe e desce apenas apertando-se um botão, mesmo com o peso das roupas molhadas. Foi desenvolvido pelo próprio Duarte, com a ajuda de um técnico de eletroeletrônica.

Segundo o empreendedor, seu maior desafio foi mudar a cultura em relação aos varais. “Até então, as pessoas achavam que bastava ligar uma cordinha de um lado a outro e pronto. Mas a minha proposta é organizar a área de serviço, preservando a estética”, afirma.

Parceria com arquitetos e construtoras

Para conquistar os primeiros clientes, ele fazia panfletagem em frente a prédios residenciais e apostou em parcerias com arquitetos e construtoras. Hoje, essas parcerias são responsáveis por metade do faturamento. 

O serviço é quase uma consultoria, pois um profissional vai até a casa do cliente tirar as medidas e avaliar a abertura de portas de armário, o local de luminárias e até se o teto é de gesso ou laje, para, então, indicar o produto mais adequado. Também são feitos projetos sob medida. 

A empresa atende toda a região metropolitana de São Paulo e a primeira franquia atua na região do ABC. A meta é abrir 12 novas franquias em 2016 e chegar a 75 unidades em cinco anos. 

Franquia nova é um risco

Para o consultor especializado em franquias Marinho Ponci, da empresa Dom48, o negócio em si não é inovador. "Vender varal não é uma coisa nova. A empresa deve focar seu discurso na praticidade, na economia de espaço e de tempo para conquistar clientes", afirma.

A experiência de 20 anos do empresário no setor é um ponto positivo, mas, por ser uma franquia nova, o investimento é arriscado. "Não existe um histórico enquanto rede, por exemplo. Um dos pontos a se avaliar é qual será o investimento em marketing para tornar a marca conhecida, além de olhar detalhadamente as planilhas financeiras."

Segundo Ponci, a empresa precisa ficar atenta a tendências de mercado, como o surgimento de lavanderias expressas, que podem diminuir o hábito de lavar roupa em casa, e consequentemente, fazer cair a demanda por varais. 

Onde encontrar:

Só Varais: www.sovarais.com.br

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