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Empresa cria purê de frutas com maçã e açaí e fatura R$ 600 mil em 3 meses

Márcia Rodrigues

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/07/2016 06h00

Depois de investir na produção sustentável de palmito, castanha do Pará e açaí, o empresário Claudio Guimarães, 70, dono da King of Palms, resolveu abrir a Frutajá, no Rio de Janeiro, e começar a produzir purê de frutas, sem adição de açúcar e conservante.

Criada em março deste ano, a empresa vendeu 40 mil unidades do purê no primeiro mês de operação, registrou um pico de 100 mil embalagens comercializadas em abril, e vem mantendo a média de 40 mil unidades vendidas por mês. No primeiro trimestre de operação, também, ela faturou R$ 600 mil.

"Abril foi um mês quente. Com a queda da temperatura nos meses seguintes, sentimos que houve uma redução nas vendas, mas, mesmo assim, conseguimos manter um bom nível." A empresa espera chegar a R$ 3 milhões até o fim do ano. O lucro não foi revelado.

Atualmente, a distribuição do produto está concentrada nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. "Pretendemos cobrir o Brasil todo até o fim do ano e começar a exportar para Estados Unidos e França, a partir do ano que vem."

Com a nova companhia, a King of Palms, que faturou R$ 15 milhões no ano passado, espera fechar 2016 com o total de R$ 20 milhões. "Mesmo com a crise, estimamos este crescimento por causa da Frutajá." O lucro também não foi revelado.

Purê tem cinco sabores

O Frutajá tem cinco combinações diferentes, tendo a maçã como base para todas. São elas: maçã com banana; maçã com abacaxi; maçã com morango e banana; maçã com manga e goiaba; e maçã e açaí, este último exclusivo da marca, segundo Guimarães.

"A maçã é uma fruta que se encontra facilmente no Brasil e em outros países, além de ter um sabor marcante." 

O preço varia entre R$ 3,99 e R$ 4,99, dependendo do Estado. O produto é embalado em um sachê maleável de 90g e, segundo a fabricante, tem, no máximo, 60 kcal por unidade. De acordo com Guimarães, não há necessidade de manter o produto na geladeira. "A embalagem garante a conservação."

O empresário diz que o público-alvo do purê são esportistas, consumidores de produtos orgânicos e saudáveis e crianças.

Produto une tendências

Segundo Juliana de Magalhães Berbet, consultora do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o mercado de fruta processada 100% natural tem muito potencial porque ainda é pouco explorado no Brasil.

"A empresa está unindo duas grandes tendências de mercado: a produção de um artigo saudável e prático para consumir. Esse tipo de produto já é muito conhecido e procurado em outros países. Aqui estamos começando a cultura desse tipo de consumo, mas é uma novidade que veio para ficar."

Desafio é mostrar benefícios

Berbet diz que a empresa precisa estruturar muito bem a sua comunicação para apresentar o produto e fazer as pessoas acreditarem nos seus benefícios.

"A Maguary lançou um produto semelhante há um ano que, até agora, não decolou. Você não ouve falar sobre o purê de frutas deles e nós sabemos que é uma empresa grande e conhecida. Não é por causa do produto que não estão tendo sucesso, mas pela falta de exposição e informação sobre os seus benefícios."

De acordo com ela, é preciso definir claramente quem é o público-alvo e trabalhar com a divulgação em cima.

Preço pode prejudicar expansão

Para a consultora, o preço de até R$ 4,99 pode dificultar a entrada do produto em outros Estados. "O potencial de consumo fora da região sudeste é inferior. O público ainda desconhece as qualidades do produto, e o alto custo pode dificultar a entrada em outros mercados."

Onde encontrar

Frutajá:  http://www.frutaja.com/