Paleterias mexicanas viram sorveteria normal para sobreviver após modinha
A paleta mexicana já saiu de moda faz tempo e muitas empresas fecharam. Uma consultoria estima que 60% quebraram (veja os dados aqui). As que sobraram tiveram de mudar para tentar continuar no mercado.
As paletas ganharam sabores regionais e passaram a dividir espaço no cardápio com parceiros --alguns mais próximos, como sorvete de massa e picolé, e outros nem tanto, como fondue e waffle recheado.
Chimarrão e tererê
Os sócios Timóteo Klich, Alisson Pietrala Chincoviaki, Claudinei Bedenarosk e Vera Seide começaram a vender paletas em modelo de franquia em 2014, em São Mateus do Sul (a 130 km de Curitiba), mas, após o rompimento do contrato, decidiram criar uma marca própria: a Hei! Delícias.
"Já tínhamos a noção desde o início de que era preciso diversificar. Resolvemos aproveitar a febre das paletas, mas, ao mesmo tempo, investimos em picolés e sorvete de massa. Sabemos que o consumo de sorvete cresce a cada ano", afirma Klich.
Picóles e sorvetes de massa juntos são responsáveis por 60% do faturamento, e as paletas ficam com o restante. A estimativa é que elas continuem perdendo terreno e fiquem com apenas 20% do faturamento. "Verificamos que um único produto não era suficiente para manter a produção sempre em alta", diz o sócio.
Além das opções tradicionais, a Hei! Delícias apostou em sabores típicos locais, como chimarrão (feito de erva mate). Uma parceria com produtores de São Mateus do Sul garante o fornecimento da erva-mate para a produção.
Hoje, a rede tem 120 pontos de venda (geladeiras) nos Estados de Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Até setembro, a previsão é de que 150 novos pontos de venda (geladeiras) sejam abertos. O investimento faz parte dos preparativos para a temporada mais quente.
Entre outubro deste ano e março de 2017, a previsão é faturar R$ 2 milhões, diz o empresário. Ele não divulgou o lucro.
Empreendedor 'comemora' fim da febre
Em São Luís (MA), a Zé Paleta está comemorando o fechamento das franquias. "A concorrência diminuiu e as nossas vendas estão sempre aumentando", diz o sócio-proprietário Diego Roberto Maciel Conceição.
A fábrica surgiu há pouco mais de um ano, no auge da moda, com a ideia de levar o produto para um público maior. "As franquias estavam nos shoppings. Queríamos colocar as paletas em pontos mais próximos do consumidor final e espalhados pela cidade. O cliente final viu que há produtos mais baratos e acessíveis."
O primeiro passo foi diminuir o tamanho do produto, normalmente de 120 gramas, para 90 gramas. Tapioca, mousse de bacuri e cajá compõem as opções de sabores regionais.
Uma vantagem na região é que não é preciso se preocupar com o inverno. "A vantagem por aqui é ser quente o ano inteiro. Assim, não precisamos nos preocupar com o frio. Para nós, julho é uma boa hora por causa das férias", afirma.
Ao todo, a Zé Paleta conta com 50 pontos de venda (geladeiras) e espera chegar a 80. Os sócios também estudam investir no sorvete de massa. "Nossos freezers ficam ao lado de grandes redes nacionais, o que mostra que o produto foi muito bem aceito", diz. Os sócios investiram R$ 200 mil para abrir o negócio e faturam entre R$ 20 mil e R$ 30 mil por mês. O lucro não foi divulgado.
Waffle vira estrela em paleteria
Em dezembro de 2014, Angelo Mantovanini montou com um amigo uma fábrica e uma loja de paletas no Tatuapé, na zona leste da capital paulista, a Paleteria Paulista. Era o auge das paletas, mas tinha o inverno a enfrentar.
"O faturamento caiu 50%: de R$ 120 mil mensais para R$ 60 mil. E foi aumentando o número de concorrentes. Muitos abriram na empolgação, com uma paleta de má qualidade, o que prejudicou o mercado."
A solução foi incluir no cardápio sobremesas de inverno, como fondue, petit gateau, brownie e waffle recheado. A fábrica de paletas foi adaptada para a produção das novas receitas, e os funcionários foram treinados para prepará-las.
"Atualmente, elas superam a paleta. Para se ter uma ideia, os waffles foram responsáveis por R$ 25 mil nos últimos três meses", conta Mantovanini. Segundo ele, a empresa fatura de R$ 40 mil a R$ 45 mil por mês nos períodos mais frios e R$ 60 mil nos mais quentes. O lucro é de 20% do faturamento em média.
A empresa tem uma loja física e 25 pontos de venda (geladeiras). A distribuição em outros pontos de venda garante faturamento extra de R$ 20 mil, no verão, e de R$ 5.000, no inverno.
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