País perde 20,8 mil vagas com carteira em 2017, no 3º ano de queda seguido
O Brasil fechou 20.832 vagas com carteira assinada em 2017, terceiro ano seguido no vermelho apesar do início da recuperação econômica e da vigência das mudanças trabalhistas defendidas pelo governo para impulsionar o número de vagas. Só em dezembro, o país teve saldo negativo de 328.539 postos.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (26).
O número de empregos cortados é o saldo, ou seja, o total de demissões menos o de contratações no período.
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O dado de dezembro veio melhor que a perda de 411 mil empregos projetada por analistas em pesquisa da agência Reuters. Foram 910.586 admissões e 1.239.125 desligamentos no mês.
Resultado em 2017
Segundo o ministério, o resultado do ano (-20.832 vagas) indicou uma redução de 0,05% em relação ao estoque de emprego em dezembro de 2016, o que o órgão considera como estável.
“Para os padrões do Caged, esta redução em 2017 é equivalente à estabilidade do nível de emprego, confirmando os bons números do mercado na maioria dos meses do ano passado e apontando para um cenário otimista neste ano que está começando”, afirmou o ministro do Trabalho substituto, Helton Yomura.
Apesar de ter fechado vagas em 2017, o saldo foi melhor do que os registrados nos dois anos anteriores. Em 2016, o país fechou 1.326.558 vagas e em 2015, houve queda de 1.534.989 postos de trabalho no país, na série ajustada.
Construção civil perdeu 103.968 vagas
O desempenho no ano passado foi influenciado principalmente pelo fechamento líquido de 103.968 vagas na construção civil e de 19.900 na indústria da transformação.
Ficaram no azul, por outro lado:
- comércio (+40.087),
- agropecuária (+37.004) e
- setor de serviços (+36.945).
De maneira geral, o mercado de trabalho tende a responder de maneira tardia ao ciclo econômico, tanto em momentos de desaceleração quanto de recuperação. O ministério do Trabalho trabalhava com a perspectiva de encerrar o ano próximo do zero a zero.
Trabalho sem hora fixa
Em 2017, o Brasil registrou a abertura de 5.641 vínculos de trabalho em regime intermitente, ou seja, sem garantia de trabalho mínimo e recebendo por hora.
Os números são referentes aos meses de novembro --quando entrou em vigor a reforma trabalhista-- e dezembro.
A maior parte das vagas de trabalho intermitente foi aberta nos setores de comércio (4.175) e serviços (900).
IBGE faz pesquisa diferente
Os dados divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho consideram apenas os empregos com carteira assinada.
Existem outros números sobre desemprego apresentados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que são mais amplos, pois levam em conta todos os trabalhadores, com e sem carteira.
A última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua registrou que o Brasil tinha, em média, 12,6 milhões de desempregados no trimestre de setembro a novembro.
(Com Reuters)
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