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Investimento de 2019 é a Bolsa, via ações ou fundos, recomendam analistas

Lucky336/Getty Images/iStockphoto
Imagem: Lucky336/Getty Images/iStockphoto

Téo Takar

Do UOL, em São Paulo

29/12/2018 04h00Atualizada em 11/01/2019 19h44

Este ano será de ganhos principalmente para quem apostar na Bolsa de Valores, afirmam os especialistas em investimentos. Para surfar essa onda, você não precisa comprar ações diretamente na B3, mas terá que investir em produtos que tenham maior exposição à renda variável, como fundos de ações ou multimercados.

A expectativa de alta nas ações tem como premissas a retomada do crescimento da economia, a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamar igual ou abaixo de 7% ao ano e a aprovação de reformas estruturais, especialmente a da Previdência.

Crescimento com inflação controlada

As projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) apontam uma alta entre 2,5% e 3% em 2019. "Não é um crescimento maravilhoso da economia, mas é um bom crescimento. Como ainda há muita capacidade ociosa na indústria, a inflação deve permanecer sob controle, o que favorece a manutenção dos juros em níveis baixos", disse Martin Iglesias, especialista em investimentos do Itaú Unibanco.

"Se as reformas estruturais se concretizarem e o cenário externo permanecer estável, as indústrias vão começar a contratar, e o ciclo vicioso irá se tornar um ciclo virtuoso", afirmou Alexandre Espírito Santo, economista da Órama.

Entrada de capital estrangeiro

Iglesias declarou que, se o governo de Jair Bolsonaro conseguir aprovar a reforma da Previdência em 2019, ainda que em uma versão fatiada, o investidor estrangeiro deverá retomar sua confiança no país. "Não precisa ser a reforma ideal, mas qualquer sinalização concreta vai animar os estrangeiros, e poderemos ver a entrada de bilhões de dólares em direção à Bolsa, o que vai provocar forte valorização das ações", disse.

Na avaliação do BTG Pactual, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, pode subir até 112 mil pontos em 2019, se houver a aprovação de uma reforma da Previdência mais enxuta (para efeito de comparação, em dezembro o Ibovespa tem oscilado entre 85 mil e 90 mil pontos). Por outro lado, a aprovação de uma reforma mais ampla poderia levar o índice de ações aos 139 mil pontos.

Como distribuir os investimentos

A Órama recomenda migrar parte dos recursos da renda fixa para a renda variável até o limite de 20% do total do seu patrimônio líquido --a grana que você tem para investir, já descontada a reserva de emergência. O percentual em renda variável pode chegar a 40% se você for um investidor mais arrojado, ou seja, mais experiente e com maior disposição a correr riscos.

Quem já está familiarizado com a Bolsa pode comprar ações de empresas com maior exposição à economia doméstica, como redes de varejo, bancos e concessionárias de serviços. Estatais também são uma boa aposta devido à expectativa de privatizações e melhora da governança no novo governo.

Se você não tem tempo para acompanhar a Bolsa ou não sabe como comprar ações, deixe seu dinheiro sob os cuidados de um gestor, aplicando em fundos de ações ou multimercados. Não esqueça de olhar a taxa de administração: o ideal é que não passe 3% ao ano.

Conservador pode escolher multimercados e prefixados

Para o investidor conservador, mais avesso ao risco, a indicação dos especialistas são os fundos multimercados, que mesclam diversos ativos de renda fixa e renda variável, para amenizar eventuais oscilações de valor.

Iglesias também recomenda que esse investidor aplique em CDBs ou títulos públicos prefixados. "As taxas não estão tão altas como há algumas semanas, mas elas ainda embutem algum prêmio, se você considerar o fato de que a Selic deve permanecer em torno de 6,5% por mais tempo. Além disso, se as reformas avançarem, é bem provável que o juro real caia mais, ampliando os ganhos dos prefixados."

Não descuide da reserva de emergência

O investidor somente deve aumentar sua exposição ao risco, se já tiver sua reserva de emergência garantida. Ela deve ser equivalente a, no mínimo, três meses de despesas pessoais ou da família

Esses recursos devem continuar aplicados em produtos que tenham liquidez, ou seja, permitam saques a qualquer momento, mas que rendem menos do que outras aplicações. Entre as sugestões dos especialistas, estão o Tesouro Selic, CDBs que tenham liquidez diária e fundos DI que cobrem taxa de administração de, no máximo, 1% ao ano.

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