Ações de empresas menores na Bolsa podem render mais, mas risco é maior
Já ouviu falar em "small caps"? As ações dessas empresas podem se valorizar mais do que as de companhias tradicionais, como Petrobras e Itaú Unibanco. Por outro lado, representam mais risco e, por isso, são indicadas para investidores que já conhecem o mercado de ações.
"Small cap" é uma abreviação de "small capitalization", que significa baixa capitalização, em inglês. É uma empresa com um valor de mercado menor em relação a outras negociadas na Bolsa de Valores.
"Small cap" vale entre R$ 1,5 bi e R$ 8 bi
Valor de mercado é quanto uma empresa vale na Bolsa. Para se chegar a esse número, basta multiplicar a quantidade de ações da companhia pelo preço da ação na Bolsa.
Uma empresa grande, ou "large cap", tem valor de mercado da ordem de dezenas a centenas de bilhões de reais. O Itaú, por exemplo, vale R$ 350 bilhões.
"Não há uma definição exata para "small cap". Geralmente consideramos que é uma companhia que vale entre R$ 1,5 bilhão e R$ 8 bilhões", disse Filipe Villegas, analista de Renda Variável da Genial Investimentos.
Você pode consultar o valor de mercado de qualquer empresa no site da B3. No menu "Cotações", digite o código da ação ou o nome da empresa. Em seguida, clique em "Detalhes" e procure o item "Capitalização de Mercado".
Grande potencial de crescimento
Uma "small cap" também é uma companhia em processo acelerado de expansão. Muitas são relativamente novas, têm poucos anos de existência ou são pouco conhecidas do público em geral.
A tendência é que, ao longo do tempo, uma "small cap" cresça bastante, e seu lucro aumente de forma considerável. Isso se traduzirá em maior retorno para quem comprou suas ações antes.
Para efeito de comparação, enquanto as ações das Lojas Marisa, uma "small cap", subiram mais de 50% na Bolsa no primeiro semestre, as do Itaú avançaram 2,14%.
Risco do investimento é maior
Investir nesse tipo de papel requer mais atenção do que em companhias já consolidadas, porque o risco de se investir em uma "small cap" é mais alto.
"Como elas estão focadas no crescimento, se endividam mais para conseguir bancar seu plano de investimento. Logo, também ficam mais expostas aos movimentos da economia, como uma eventual alta dos juros ou queda da atividade", afirmou Villegas.
Ações são menos negociadas
Outro problema típico das "small caps" é a baixa liquidez das ações. Como são firmas menores e, às vezes, pouco conhecidas, as ações dessas empresas são menos negociadas na Bolsa.
Em outras palavras, há o risco de ter que esperar algumas horas ou até dias para achar um comprador para suas ações ou ter que vendê-las com desconto elevado.
Bolsa tem mais de 70 "small caps"
Atualmente, pouco mais de 70 das 333 empresas listadas na B3 podem ser classificadas como "small caps".
A Bolsa mantém o índice SMLL, formado exclusivamente por essas companhias "small caps". Entre elas estão desde marcas conhecidas, como as Lojas Marisa e a companhia aérea Azul, até outras menos populares, como a transportadora Tegma e a empresa de energia elétrica Alupar.
Esse índice acumulou valorização de 19,3% no primeiro semestre, acima da alta de 14,9% do Ibovespa, principal índice da Bolsa, que reúne ações de grandes empresas.
Como escolher a ação?
Analise os balanços financeiros e procure se informar sobre a companhia e sua área de atuação. A empresa realmente tem potencial para crescer? Quais os riscos? Veja também se ela divulga informações claras e com frequência.
"Os critérios para escolher uma "small cap" ou uma grande empresa não são muito diferentes. O mais importante é que a companhia dê lucros recorrentes e que o retorno das ações seja maior do que a Selic [taxa básica de juros] para compensar o risco."
Na dúvida, Villegas recomenda que o investidor aplique no ETF (fundo de índice) SMAL11, que replica o comportamento do índice Small Cap (SMLL). "É uma forma de diversificar o investimento e reduzir o risco. No ETF, você investe em várias ações ao mesmo tempo, sem precisar de muito dinheiro."
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