Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Investe em fundos imobiliários? Mercado deve ir bem mesmo com alta de juros
O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deu sinais da sua preocupação com as perspectivas para a inflação brasileira na reunião de janeiro e o mercado precifica a alta na taxa básica de juros muito em breve. Alguns agentes acreditam que o movimento de política monetária pode acontecer já na próxima reunião, em março, e outros esperam a alteração para junho. Mas é certo que a normalização está próxima.
Diante da possível alta dos juros, hoje na mínima histórica de 2% ao ano, como os investimentos são impactados? Como fica o mercado imobiliário brasileiro, geralmente muito sensível ao avanço da Selic? Estas são algumas dúvidas frequentes de investidores de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) diante do cenário de curto prazo.
A primeira consideração importante a se fazer é que a alta dos juros não significa um aperto nas condições financeiras do Brasil. Isso porque atualmente os juros básicos estão em um patamar extremamente estimulativo e o avanço da Selic nada mais será do que a volta ao seu patamar neutro. Em outras palavras, os juros não terão a função de frear a expansão da economia, mas apenas voltar para o equilíbrio de forma a evitar o avanço da inflação.
Este efeito está diretamente ligado ao patamar projetado da Selic - a taxa sobe, mas não muito. O boletim Focus da semana de 15 de fevereiro projeta o indicador em 3,5% no fim de 2021 e em 5% no fim de 2022. Mais pessimista com o avanço da atividade, o Santander espera 2,5% para a Selic no fim deste ano e 4,5% para o próximo, enquanto o Bradesco, mais otimista com o crescimento, projeta 4% e 5,25%, respectivamente, para o juro básico. Independentemente do patamar esperado, é certo que a alta não será tão intensa a ponto de colocar o Brasil de volta ao elevado patamar histórico.
A partir deste cenário, as condições favoráveis ao mercado imobiliário continuam presentes. Para a pessoa física que quer financiar a compra de seu imóvel, as circunstâncias permanecem muito favoráveis: os empréstimos bancários continuam disponíveis e as taxas são acessíveis. Para o desenvolvimento de empreendimentos, o mercado de capitais está aberto para a obtenção de recursos, o que reflete a boa saúde financeira das empresas apesar do cenário macroeconômico adverso.
Em análise recente, o Bradesco afirmou que o desempenho do mercado de capitais tem surpreendido e as empresas encontram-se relativamente pouco endividadas, com elevado nível de caixa e com o número de recuperações judiciais em linha com a média histórica, apesar da contração do PIB.
No lado dos investidores, as condições também vão permanecer atrativas. A alta nos juros não será suficiente para mitigar o apetite ao risco e não devemos ver uma fuga de capital para as alternativas mais tradicionais de investimento, como poupança, CDB, LCI e LCA. Portanto, instrumentos como CRIs e FIIs devem continuar por muito tempo a ser boas opções para rentabilizar o capital e este apetite casa com a busca, pelos empreendedores, por recursos para financiar os seus projetos.
Para 2021 e 2022, mesmo com a pequena alta dos juros, as perspectivas são muito positivas. O IFIX, índice de fundos imobiliários da B3, está próximo dos patamares pré-pandemia e tem espaço para valorização e o apetite por risco permanece: o número de investidores dessa categoria saiu de 645 mil em dezembro de 2019 para 1,1 milhão no mesmo período de 2020, alta de mais de 75%.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.