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Você está fazendo as perguntas certas ao escolher sua previdência privada?

Essa é a época do ano na qual seus fornecedores de soluções financeiras, como gerentes de banco e assessores de investimento, entram em contato para falar de um assunto importante: seu Imposto de Renda.

Esse tópico vale uma conversa porque a declaração do ano que vem irá retratar o que aconteceu esse ano e, assim, se quiser colocar em prática alguma estratégia para pagar menos impostos, precisa implementá-la agora. O tempo está acabando, e você pode acabar pagando muitos milhares de reais de imposto sem precisar! Ao fim da coluna vou fazer uma simulação para você entender o tamanho da oportunidade.

No entanto, mesmo com a importância do tema, a pergunta que normalmente os profissionais fazem é: "Você faz a declaração do Imposto de Renda pelo modelo completo ou simplificado?". Se responder que faz pelo modelo completo, será direcionado à estratégia de redução da base de cálculo do imposto com o uso do PGBL ou não. Caso contrário, não.

Esse questionamento, no entanto, tem um erro que pouca gente percebe. A pergunta correta não é essa e precisa de um aprofundamento um pouco maior. Na verdade, o que se quer saber é se vale a pena ou não fazer a declaração pelo modelo completo, incluindo aí as questões da previdência, afinal, talvez valha a pena, mas você não esteja fazendo.

Assim, para saber se vale a pena usar o PGBL você deveria listar todas as suas despesas que podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda que ocorreram ou deverão ocorrer neste ano. As principais são as seguintes:

Contribuições para o INSS (ou outros institutos de previdência oficial).

Dependentes (R$ 2.275,08 por dependente).

Educação (R$ 3.561,50 por dependente ou para o declarante).

Saúde (sem limite e inclui despesas odontológicas).

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Contribuições para planos de previdência que permitam abatimento (como o PGBL, mas limitado a 12% da renda bruta tributável).

Na dúvida, vale pegar a declaração do ano anterior para ter uma base e ajustar para os valores deste ano.

Depois de listar os valores, some-os. Agora é a hora de comparar com o outro modelo: o simplificado.

O modelo simplificado permite que você abata 20% de sua renda bruta tributável, mas isso é limitado ao valor de R$ 16.754,34. Isso quer dizer que, se você tem uma renda de R$ 14 mil por mês, o valor do desconto não representa 20% de sua renda, mas apenas 10%. Nesse exemplo, muito provavelmente você vai ter mais vantagens optando pela declaração no modelo completo, pois deverá conseguir abatimentos superiores aos R$ 16.754,34. Na verdade, a própria previdência (PGBL) já poderia oferecer isso sozinha, já que os 12% (limite máximo) da renda representaria R$ 20.160.

Você pode usar o simulador da própria Receita para ver os resultados. O link é o https://www27.receita.fazenda.gov.br/simulador-irpf/

Aqui cabe uma explicação importante sobre a previdência, que a difere dos demais descontos. Os aportes feitos em previdência não representam um abatimento do imposto, mas, sim, um diferimento. Isso quer dizer que você vai pagar o imposto sobre esse valor, mas não agora. Só quando resgatar o dinheiro ou começar a receber uma renda contratada.

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No entanto, essa permanece uma imensa vantagem, uma vez que esses recursos que seriam pagos agora ficarão rendendo durante anos, ou mesmo décadas, gerando retornos em juros compostos ao longo de todo esse tempo. Além disso, na hora do resgate, caso tenha optado pela tabela regressiva e já esteja na alíquota mínima, (depois de dez anos), pagará apenas 10%, enquanto hoje poderia ter pago 27,5%.

Desta forma, para quem tem rendas tributáveis, como salário ou aluguéis acima de R$ 10 mil ou R$ 15 mil por mês, o instrumento da previdência PGBL costuma fazer muito sentido para redução do Imposto de Renda.

Para concluir, vou dar um exemplo. Imagine uma pessoa que tenha uma renda tributável de R$ 15 mil por mês, mas não se atenta a esses assuntos e faz a declaração pelo modelo simplificado.

Nesse caso, sua base de cálculo será a renda bruta tributável anual (R$ 180 mil) menos o desconto (R$ 16.754,66), ou seja, R$ 163.245,66. Com a aplicação das alíquotas, o imposto a pagar é de R$ 34.273,02. Desse valor se desconta tudo o que já foi retido na fonte, gerando um imposto a pagar ou uma restituição.

Já se ele fizer a declaração pelo modelo completo, ele deverá informar o quanto foi retido pelo INSS (vou estimar R$ 6.000 no ano), se tem dependentes (vou estimar 1), o quanto gastou com saúde (vou estimar R$ 12 mil no ano, incluindo serviços odontológicos). Só esses descontos já garantiriam um valor maior do que o que está no modelo simplificado, já que somam R$ 20.275, o que reduzirá a base de cálculo.

No entanto, ele também poderá fazer aplicações em um plano de previdência PGBL, aportando até 12% de sua renda bruta, o que nesse caso representa R$ 21,6 mil durante o ano. Se fizer isso, o desconto passará para R$ 41.875 ou duas vezes e meia o desconto do modelo simplificado. Ao fazer isso, ele deverá pagar de imposto apenas R$ 27.364,82 ou R$ 5.940 a menos do que no modelo completo sem a previdência e R$ 6.908,20 a menos do que no modelo simplificado.

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Imagine fazer isso todo ano, deixando esse dinheiro rendendo juros, dinheiro esse que já teria sido pago e nunca mais retornaria. A diferença pode ser sua qualidade de vida na longevidade.

Não deixe para depois e fale com seu fornecedor de serviços financeiros hoje mesmo para aproveitar essa oportunidade antes que o ano acabe. Boas escolhas!

Opinião

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