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Juntou dinheiro e quer se aposentar com a renda de investimentos? Veja como

Juntou dinheiro para se aposentar? veja quanto pode obter de rendimentos mensais com os valores que já acumulou - Alessandro Biascioli/iStock
Juntou dinheiro para se aposentar? veja quanto pode obter de rendimentos mensais com os valores que já acumulou Imagem: Alessandro Biascioli/iStock

13/09/2022 04h00

A coluna de hoje é para quem conseguiu juntar dinheiro ao longo da vida e agora está interessado em fazer desse patrimônio uma fonte de renda vitalícia.

Vou apresentar os três caminhos que considero os mais práticos para fazer essa transição e darei alguns números atuais do mercado para você avaliar quanto pode obter de rendimentos mensais com os valores que já acumulou.

Confira abaixo:

1. Tesouro Direto

Entre os investimentos de baixíssimo risco, o meu preferido para gerar renda passiva é um tipo de título do Tesouro Direto chamado Tesouro IPCA Com Juros Semestrais.

Em termos de rentabilidade, o Tesouro IPCA ganha dos demais investimentos extremamente seguros, como a poupança e os fundos de renda fixa.

Além disso, o pagamento de juros semestrais facilita a gestão do investimento. Você não precisa fazer resgates periódicos dos valores para gastar: nos meses de maio e novembro, o valor dos juros cairá diretamente na sua conta.

Atualmente, para cada R$ 1.000 que você investir no Tesouro IPCA com vencimento em 2055, por exemplo, você consegue uma renda aproximada de R$ 40 por ano, o que dá apenas R$ 3,35 por mês.

Portanto, para saber quanto o seu patrimônio atual geraria de renda vitalícia com o Tesouro IPCA, basta você multiplicar o valor do seu patrimônio por 0,0035. Se você tem R$ 100 mil, por exemplo, teria um rendimento médio de R$ 335 por mês.

Esse rendimento provavelmente está bem abaixo de simulações que você pode ter visto na internet, mas é porque neste cálculo já está descontada a inflação e o Imposto de Renda.

2. Fundos imobiliários

Quem acompanha minha coluna sabe que vejo os fundos de investimento imobiliário (FIIs) como uma excelente opção para quem busca renda passiva. Veja aqui como investir para ganhar mais que o teto do INSS e aqui como juntar R$ 1 milhão em FIIs.

O principal atrativo, a meu ver, está na combinação entre rentabilidade e previsibilidade. Enquanto no Tesouro Direto você recebe apenas R$ 3,35 por mês para cada R$ 1.000 investidos, em um fundo imobiliário de tijolo o retorno pode chegar a R$ 7,93.

Com isso, um patrimônio de R$ 100 mil é capaz de gerar R$ 793 mensais, limpos de taxas e impostos. Dito de outra forma, para você saber quanto pode obter de renda mensal com FIIs, basta multiplicar o valor do seu patrimônio por 0,00793.

Ao mesmo tempo em que o FII é mais rentável que o Tesouro, ele não é tão imprevisível e arriscado quanto as ações. A simulação tomou como base o retorno atual de um dos fundos imobiliários mais negociados do país, o HGLG11.

3. Ações que pagam dividendos

Uma terceira forma de transformar o seu patrimônio em uma fonte de renda vitalícia é o investimento em ações que pagam dividendos. A vantagem desse tipo de ativo, em comparação com os outros dois citados acima, é a rentabilidade. A desvantagem seria o risco elevado.

Vamos tomar como exemplo os papéis da Taesa (TAEE11), uma empresa do setor energético que paga dividendos de forma consistente e estável, em comparação com outras empresas.

Se considerarmos o retorno atual dessa ação, a cada R$ 1.000 investidos você teria uma renda aproximada de R$ 128 por ano, o que dá em média R$ 10,66 por mês.

Para um investimento de R$ 100 mil, tem-se uma renda mensal média de R$ 1.066. Ou seja, multiplique o valor do seu patrimônio por 0,01066 para saber qual seria, aproximadamente, a sua renda mensal.

Atenção aos riscos

No mundo dos investimentos, não há muito segredo: quanto mais seguro é o ativo, menor tende a ser a sua rentabilidade. Por esse motivo, eu não uso Tesouro Direto com objetivo de aposentadoria. Embora ele seja extremamente seguro, gera uma renda relativamente pequena, em comparação com essas duas outras opções.

Os fundos imobiliários e as ações, no entanto, têm riscos bem maiores. Em ambos os casos, um ativo que hoje rende 10% ao ano pode, a partir do ano que vem, passar a pagar, por exemplo, 8% ao ano, 4% ao ano ou até deixar de pagar.

No caso dos FIIs, é mais difícil ele zerar o retorno. Já com as ações, é mais comum. Para contornar esse problema, o ideal é, antes de investir em um determinado ativo, ler análises sobre ele.

Outra forma de mitigar os riscos é diversificando um pouco a carteira. Se você tiver dez ações diferentes, por exemplo, a chance de todas elas deixarem de distribuir proventos ao mesmo tempo é relativamente baixa, considerando que você tenha escolhido papéis com histórico de pagamento consistente de dividendos.

Alguma dúvida?

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