Banco Inter faz acordo com Stone e quer ir para a Nasdaq; e as ações?
No Investigando o Mercado de hoje, vamos conversar sobre a aquisição de participação pela Stone (STNE, na Nasdaq) no Inter (BIDI11) e sobre a oscilação no preço do minério de ferro.
O UOL Economia tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
Confira a seguir a análise de Felipe Bevilacqua, analista e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e análises de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimentos. Este conteúdo é exclusivo para os leitores de UOL Economia+. Conheça os recursos do serviço de orientação financeira UOL Economia+, para quem quer investir melhor.
Inter anuncia mudança para a Nasdaq e acordo com a Stone
O Inter (BIDI11) anunciou ontem (24), pouco antes da abertura do mercado, mudanças significativas em sua estrutura acionária. A primeira é um follow-on (oferta de ações) que pode chegar a R$ 5 bilhões, com a Stone (STNE:NASDAQ) como investidor âncora, podendo investir até R$ 2,5 bilhões.
A oferta, que será do tipo primária, fixou desconto de 3% no preço a ser pago pela Stone, em relação ao fechamento da sexta-feira anterior. No acordo, a participação da Stone fica limitada a 4,99% do capital social do Inter e dá direito a indicar 1 dos 9 assentos no conselho administrativo.
Além disso, o Inter também anunciou que, após a oferta do follow-on na B3, pretende mudar sua listagem para a bolsa americana Nasdaq e conceder aos investidores aqui o valor equivalente em BDRs, ou em dinheiro, em quantia a ser definida.
A listagem nos EUA tem dois objetivos. O primeiro é reorganizar a estrutura acionária para que haja uma classe de ações especial. Dessa forma, a família Menin, controladora da companhia, poderá diluir sua participação em futuros follow-ons sem mudança no controle. O segundo é colocar as ações do banco em uma bolsa com mais empresas de tecnologia comparáveis e mais atuação de fundos de alcance global.
Após o anúncio, as ações do Inter (BIDI11) subiram 24,8% ontem. Acreditamos que a valorização se justifica, não só pela oportunidade de crescimento, mas porque a listagem nos Estados Unidos deve atrair mais investidores ligados à tecnologia em âmbito global, o que deve inflar sua valorização. As ações da Stone (STNE:NASDAQ) tiveram uma reação mais tímida, fechando o pregão do dia com alta de 0,16%.
O que está acontecendo com os preços do minério e do aço?
Nos últimos dois meses, o preço do minério de ferro parece estar numa montanha russa, com grandes oscilações. Para explicar o motivo dessa variação, é preciso primeiro entender as causas das fortes altas nas commodities nos últimos seis meses.
A pandemia criou um cenário atípico. No início, as restrições de circulação geraram uma grave restrição de oferta (produção) e demanda (consumo). Quando o mundo começou a retomar as atividades, a demanda se recuperou mais rapidamente do que a oferta. Esse desequilíbrio gerou o ciclo de alta nas commodities.
Cenários atípicos e ambientes de constantes altas no mercado abrem espaço para especulações. As metas chinesas de dobrar o PIB até 2035, o pacote de estímulos fortes nos EUA e as metas de neutralização de carbono geraram recordes de produção de aço na China. Empolgados com as altas margens, as companhias tentam produzir o máximo que podem antes que as autoridades fechem o cerco para reduzir as emissões de carbono. A produção de aço é uma das atividades mais poluentes do país.
A Comissão Nacional de Reformas e Desenvolvimento da China (CNRD) anunciou ontem (24) medidas contra monopólios e movimentos especulativos. Prevendo queda nos preços e maior controle na produção, o mercado desencadeou uma onda de vendas de aço e minério de ferro, provocando queda nos preços.
Embora tenha despencado 20% nos últimos dias, o preço do minério de ferro segue acima dos US$ 190 por tonelada. Os estoques nos portos estão baixos e em trajetória de queda. As limitações de oferta para este ano, somadas a uma demanda crescente no ocidente com a reabertura das economias, devem sustentar os preços em patamares altos.
Com a volta das economias à normalidade, em algum momento o equilíbrio entre oferta e demanda será reestabelecido, invertendo o ciclo de alta das commodities. Daqui por diante, enxergamos um cenário mais conservador para esses preços. O ponto mais alto do ciclo começa a aparecer e vislumbramos uma correção no segundo semestre. A pergunta de "1 bilhão de dólares" é saber exatamente quando isso ocorrerá.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.