Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Resultado da dona das Casas Bahia surpreende, mas cenário difícil preocupa
Hoje comentaremos os resultados da varejista Via, dona das marcas Casas Bahia e Ponto, referentes ao primeiro trimestre de 2022. O setor de atuação da companhia é um dos mais afetados pelo cenário de inflação e juros em alta.
Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!
Cenário desafiador preocupa investidores
A varejista Via (VIIA3), dona das marcas Casas Bahia e Ponto, divulgou seus resultados referentes ao primeiro trimestre de 2022 na noite de segunda-feira (9), após o fechamento dos mercados.
Os números reportados pela companhia vieram mistos, tendo os resultados sido impactados pela mudança do cenário macroeconômico, com a disparada da inflação e a elevação dos juros no país. Nesse contexto, varejistas tendem a ser prejudicadas pela redução do poder de compra da população, especialmente aquelas que não atuam em segmentos do varejo considerados essenciais, como o alimentício.
No trimestre, o Volume Bruto de Mercadoria (GMV) total da Via apresentou um aumento de 3% na base anual, com o GMV on-line crescendo 4%. A receita bruta consolidada da companhia recuou 1%, atingindo R$ 8,7 bilhões no trimestre, com destaque positivo vindo de serviços e cartões de crédito.
Já a receita líquida consolidada da Via registrou recuo de 2% frente ao primeiro trimestre de 2021, totalizando R$ 7,4 bilhões, número abaixo das estimativas. O indicador vendas em mesmas lojas (SSS) registrou aumento de 0,3% no período.
As despesas com vendas, gerais e administrativas, operacionais apresentaram recuo de 12,8%, explicada principalmente pelo ganho de produtividade nas lojas, com vendedores realizando vendas tanto de produtos da loja quanto do canal on-line (1P e 3P), além de menores despesas trabalhistas.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado operacional atingiu R$ 758 milhões de reais no trimestre, aumento de 30,0% na comparação anual e acima das estimativas. Já a margem Ebitda ajustada foi de 10,2%, avanço de 2,5 pontos percentuais na comparação anual.
O lucro líquido, por outro lado, recuou 90% com relação ao primeiro trimestre de 2021, somando R$ 18 milhões, principalmente em decorrência do resultado financeiro líquido, que ficou negativo em R$ 428 milhões. O motivo para o resultado financeiro negativo foi o aumento dos custos da dívida, uma vez que os juros subiram significativamente entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período deste ano.
Apesar da forte queda do lucro, o resultado veio acima das expectativas do mercado.
Em se tratando de uma companhia com forte presença no e-commerce e que comercializa uma série de itens de valor elevado, como eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, o momento atual demanda cautela. Isso porque o setor deve seguir sofrendo os efeitos negativos da alta dos juros e da diminuição do poder de compra dos brasileiros no curto prazo.
Na terça-feira (10), as ações da Via fecharam em queda de 2,23%, cotadas a R$ 2,63.
Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.
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