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ANÁLISE

Ex-BR Distribuidora quebra recordes após ser vendida pela Petrobras

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Imagem: iStock

Rafael Bevilacqua

17/08/2022 08h53

A Vibra Energia (VBBR3), antiga BR Distribuidora, apresentou seus números referentes ao segundo trimestre deste ano na noite de segunda-feira (15). Navegando um período de muita volatilidade e incertezas, a companhia conseguiu apresentar um ótimo resultado, com recordes em algumas das principais linhas.

Confira a seguir o comentário de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe e sócio-fundador da casa de análise Levante Ideias de Investimento, sobre o tema. Todos os dias, Bevilacqua traz notícias e avaliações de empresas de capital aberto para você tomar as melhores decisões de investimento. Este conteúdo é acessível para os assinantes do UOL. O UOL tem uma área exclusiva para quem quer investir seu dinheiro de maneira segura e lucrar mais do que com a poupança. Conheça!

O volume de vendas aumentou 4% contra o mesmo período de 2021, sendo impulsionado pela recuperação nas vendas de combustível de aviação (68,1%), diesel (5,4%) e ciclo Otto (3,3%), reflexo da recuperação pós-covid. Esses aumentos foram parcialmente compensados pela queda de 44,8% nos volumes de coque e 31,9% de óleo combustível, por causa da menor demanda por usinas termelétricas.

A receita líquida da companhia encerrou o trimestre em R$ 47,2 bilhões, aumento de 62,5% na comparação anual e 22,9% na comparação trimestral. Tal resultado se deve, principalmente, aos maiores preços dos combustíveis no período.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,6 bilhão, o que corresponde a um crescimento de 58,3% na comparação anual e 45,6% na comparação trimestral, com margem de 3,4%.

Com relação ao endividamento, houve um aumento de 30,2% na comparação trimestral, explicado pelo pagamento da aquisição da Comerc e pelas maiores necessidades de capital de giro, por causa da elevação nos custos das moléculas e da estratégia de manter um estoque mais elevado, visando garantir o suprimento de seus produtos. Ainda assim, a alavancagem segue em um patamar saudável, de 2,4 vezes.

Por fim, o lucro líquido da companhia totalizou R$ 707 milhões.

Neste contexto, a Vibra Energia entrega um sólido resultado e acima das expectativas, demonstrando a incrível capacidade de adaptação e execução da empresa, com Ebitda e margem recorde. A estratégia adotada pela companhia, que consiste em importar combustíveis a preços superior aos praticados no mercado interno pela Petrobras, visando garantir o abastecimento de seus clientes, pode trazer frutos no médio prazo.

Desde a saída da Petrobras, a Vibra conseguiu melhorar consideravelmente sua eficiência operacional, reduzindo a distância que existia entre a empresa e seus concorrentes privados, além de aperfeiçoar margens e sua estrutura de endividamento. A época de BR Distribuidora parece muito distante da atual, e a Vibra deve seguir apresentando resultados robustos nos próximos trimestres.

As ações da Vibra fecharam em queda de 2,09% na terça-feira (16), cotadas a R$ 18,74.

Este material foi elaborado exclusivamente pela Levante Ideias e pelo estrategista-chefe e sócio-fundador Rafael Bevilacqua (sem qualquer participação do Grupo UOL) e tem como objetivo fornecer informações que possam auxiliar o investidor a tomar decisão de investimento, não constituindo qualquer tipo de oferta de valor mobiliário ou promessa de retorno financeiro e/ou isenção de risco . Os valores mobiliários discutidos neste material podem não ser adequados para todos os perfis de investidores que, antes de qualquer decisão, deverão realizar o processo de suitability para a identificação dos produtos adequados ao seu perfil de risco. Os investidores que desejem adquirir ou negociar os valores mobiliários cobertos por este material devem obter informações pertinentes para formar a sua própria decisão de investimento. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, podendo resultar em significativas perdas patrimoniais. Os desempenhos anteriores não são indicativos de resultados futuros.