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ANÁLISE

Você tem pavor de falar sobre dinheiro? Você pode ter fobia financeira

Você tem dificuldades de lidar com questões relacionadas a dinheiro no dia a dia? Veja se você não sofre de fobia financeira - Getty Images/iStockphoto
Você tem dificuldades de lidar com questões relacionadas a dinheiro no dia a dia? Veja se você não sofre de fobia financeira Imagem: Getty Images/iStockphoto

Letícia Braga de Andrade

19/08/2022 04h00

Não importa o quão valente você seja, em algum momento da sua vida você já sentiu medo. Pode ter sido do escuro, de um animal ou de altura, todos nós sentimos medo. Isso é perfeitamente normal, e em alguma medida o medo até nos protege. Porém, quando esse medo se torna exagerado a ponto de não nos deixar agir, aí ele vira um problema e muda de nome: chama fobia.

Estima-se que 20% da população mundial sofra de algum tipo de fobia. Os sintomas mais frequentes são taquicardia, tremores, dificuldade para respirar, sentimento de incapacidade, entre outros. Nos casos mais graves, a fobia pode levar a transtornos de ansiedade e depressão. Por isso, é importante saber identificar os vários tipos de fobias.

A fobia financeira ocorre quando a pessoa tem dificuldades de lidar com questões cotidianas sobre o dinheiro. Em depoimentos, algumas dessas pessoas que sofrem desse mal relataram ter aceleração do ritmo cardíaco quando pensam sobre seu próprio dinheiro. Elas desenvolveram verdadeira repulsa por consultar extratos bancários, raramente conferem seu contracheque, e acabam tendo comportamentos extremos quanto ao consumo (tudo ou nada).

Tais dificuldades têm origem em associações negativas que precisam ser trazidas à consciência para serem descartadas. As mais comuns são:

1) Falta de valorização da forma como se conquista o dinheiro. Nesses casos, é necessário compreender que o dinheiro não é um presente que se ganha, mas sim uma conquista. O dinheiro é o pagamento pelo seu esforço, é resultado da sua produção, é a contrapartida da solução de algum problema que você resolveu. Por isso é merecido e precisa ser valorizado.

2) Preferência pelo prazer imediato em vez do benefício futuro. As pessoas que fazem essa associação negativa, em geral, vivem "correndo atrás da máquina" pagando hoje o consumo de ontem. Culturalmente, não fomos ensinados a pensar no futuro. Então, entendemos que um prazer no agora é mais importante do que um benefício mais adiante. Internalizamos que investir, seja tempo ou dinheiro, é um benefício e não prazer... e assim seguimos deixando a vida nos levar.

3) Falta de empatia consigo mesmo que gera dificuldades de cuidar de si. A pessoa não se reconhece como prioridade, por isso, não se cuida, tampouco se planeja para viver um futuro melhor. Para essas pessoas, o alerta é que ninguém é uma ilha que vive sozinho, sempre tem alguém dependendo ou na expectativa de alguma ação sua. Então, cuidar de si e estar bem é também cuidar do outro.

Além dessas associações negativas, ainda contribui o fato de diferentes tipos de comportamento afetam a tomada de uma decisão financeira. Cada pessoa adota um determinado comportamento com base em padrões estabelecidos ao longo de várias gerações familiares. Em um exemplo, se eu cresci vendo meus pais usando o limite do cheque especial, para mim este será um comportamento natural e possivelmente moldará minhas decisões atuais.

Sendo assim, falar sobre dinheiro e sobre decisões financeiras torna-se essencial para a saúde e a construção de um futuro próspero. Quem aprende o que fazer e como lidar com suas sombras internas é um forte candidato à verdadeira felicidade.

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