No dia 10 de outubro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou sua Pesquisa sobre Endividamento e Inadimplência do Consumidor. Segundo a pesquisa, em setembro de 2022 havia cerca de 79% das famílias brasileiras com dívidas a vencer. E, infelizmente, a tendência é de aumento desse número.
Como saúde financeira e emocional geralmente andam de mãos dadas, compartilho algumas dicas que podem ajudar essas pessoas a começar a sair do vermelho trazendo um pouco mais de leveza para as suas vidas.
1) Entenda o tamanho do problema: anote tudo
Por mais difícil que seja, é absolutamente necessário compreender o tamanho do problema financeiro.
Por isso, pare, respire fundo e reserve alguns minutos para anotar todos os seus gastos. Durante esse momento, sugiro que considere que são apenas números, não dinheiro. Esse entendimento reduzirá a dificuldade do momento.
Você pode usar um caderno, uma planilha do computador ou mesmo algum aplicativo de celular. Anote tudo, desde as contas básicas (como alimentação e moradia), as eventuais (como manutenção do carro) e as dívidas. Para essas, você também precisará saber o valor total, o valor e quantidade de parcelas e a respectiva taxa de juros.
Na sequência, anote todos os valores a receber. Eles podem incluir salário, pró-labore, pensão, aposentadoria, valor recebido por algum trabalho eventual ou, inclusive, a venda de um objeto pessoal.
2) Compartilhe o desafio com a família
Por crenças e tabus que ouvimos desde criança, muitas pessoas relacionam um momento de crise financeira com incompetência. Pensando assim, elas acabam escondendo o problema da família. Esta, por não saber o que está acontecendo, segue o padrão tradicional de comportamento financeiro, agravando o problema.
Para quebrar esse ciclo, é necessário compreender que fases de crise financeira são comuns e fazem parte da vida de todas as pessoas. São diversos os motivos que podem provocar isso: o desemprego pode ser reflexo da crise financeira do empregador, a inflação reduz o poder de compra de todas as pessoas, um problema de saúde aumenta gastos com medicação... e tudo isso não tem qualquer relação com incompetência.
Compartilhar o desafio com a família é um momento de aprendizado e crescimento para todos, pois cada um pode contribuir com ideias de como diminuir as contas ou conseguir mais dinheiro. O compartilhamento é a melhor forma de gerar união e engajamento familiar.
3) Corte gastos desnecessários
Por um período será necessário apertar o cinto. O engajamento familiar fará toda a diferença, pois pequenas economias ajudarão muito. Indico alguns exemplos:
- Manter a luz apagada quando não houver ninguém no local
- Desconectar carregadores de tomadas
- Colocar o chuveiro na posição verão
- Juntar roupas sujas para usar a capacidade máxima da máquina de lavar
- Se deslocar de bicicleta em vez de ônibus.
4) Crie metas para seu dinheiro
Já ouviu a expressão "dê nome aos bois"? Atribuir meta para seu dinheiro ajuda a manter o foco e a disciplina. Quando sabemos o porquê e para que estamos fazendo determinado esforço, dificilmente nos perdemos.
Além disso, adote gatilhos comportamentais para evitar gastos impulsivos. Lembre que é sempre recomendável pesquisar preços antes de comprar qualquer coisa.
5) Priorize dívidas com juros maiores e negocie com os credores
Identifique as dívidas com juros mais altos, as chamadas dívidas caras, e comece por elas.
Após fazer um levantamento do valor que você pode disponibilizar mensalmente para elas, busque uma negociação com esse credor.
Lembre-se que demonstrar o desejo de pagar a dívida ajuda na hora de renegociar. Então, comente sobre sua condição de vida atual, exponha o seu problema e as iniciativas que você está tomando para resolver a situação. Não se coloque numa posição de vítima, mas de quem está empenhado em uma solução. Isso pode facilitar a negociação.
Contudo, caso a negociação com esse credor não seja possível, existe a possibilidade de transferir a dívida para outra instituição financeira com taxas de juros menores ou prazo de pagamento maior. Essa portabilidade também é possível para alguns financiamentos e dependerá do aceite desta nova instituição.
Por fim, reflita sobre o que aconteceu para você chegar a essa situação. Não de forma punitiva, mas para identificar quais comportamentos te levaram a esta inadimplência. Assim, consciente deles, a chance de voltarem a acontecer será muito menor.
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