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ANÁLISE

Bitcoin despenca com problema em banco cripto nos EUA

Getty Images
Imagem: Getty Images

Nicolas Meireles Nogueira

10/03/2023 04h00

Após um início de ano forte, com o bitcoin subindo cerca de 40% em dois meses, a notícia de problemas em um dos principais bancos cripto dos Estados Unidos ajudou a derrubar a cotação da criptomoeda, que valia cerca de R$ 111.600 às 13h da quinta-feira, segundo o portal CoinGecko.

Com uma queda de quase 9% em 7 dias, o bitcoin devolveu parte dos ganhos de 2023, embora continue apresentando ganho de 31% no ano. Apesar disso, o criptoativo pode cair ainda mais, caso a situação com o banco não se resolva. Quer entender melhor a situação? Vem com a gente!

Banco cripto enfrenta problema nos EUA

O Silvergate (SI), banco que oferece serviços com criptoativos e é listado na Bolsa de Valores de Nova York, anunciou, na semana passada, que iria atrasar a entrega de um importante relatório financeiro às autoridades americanas, devido às demandas de auditores que estão analisando as suas operações.

Além disso, a entidade comunicou que está "incerta" sobre a capacidade de continuar funcionando pelos próximos 12 meses e divulgou que está sendo questionada por reguladores bancários e pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos recentemente.

Por conta dessas questões, as ações da companhia despencaram nos últimos dias e, no acumulado do ano, somam 80% de desvalorização. Outra consequência dos anúncios foi o fim da parceria do Silvergate com várias empresas importantes do setor cripto, como a Coinbase (COIN), Circle, Paxos e Galaxy Digital.

Bitcoin cai após "caso Silvergate"

Os problemas enfrentados pelo banco americano estão ecoando no mercado de criptoativos, já que a maior parte das moedas digitais —incluindo ether (ETH) e polygon (Matic)— desvalorizou desde o início de março, quando a situação foi revelada.

Mesmo que o valor das criptomoedas não esteja diretamente ligado ao banco, o mercado entende que a situação pode trazer instabilidade a um setor que já foi afetado pela quebra de outras empresas em 2022, como a FTX, Voyager Digital e Celsius.

Sempre que uma empresa de criptoativos quebra, há o risco de que os ativos que estão sob a sua custódia não sejam devolvidos aos clientes. Com isso, até mesmo outras companhias que não estão relacionadas à crise acabam sendo questionadas e encaram saques em massa, como ocorreu nos últimos tempos com corretoras como Binance e Coinbase.

Apesar disso, o bitcoin e diversas outras criptos continuam apresentando retornos positivos em 2023. Isso indica que a instabilidade não retirou totalmente a confiança dos investidores de ativos digitais e que o problema deve ser superado, mesmo que cenário atual do mercado continue incerto.

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