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A dívida do governo está alta; investir em Tesouro tem risco de calote?

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/05/2021 04h00

Todo investidor já deve ter ouvido falar que os títulos do Tesouro Direto são os investimentos mais seguros do país. Mas, em um cenário com dívida pública alta, há risco de o governo não pagar esses títulos? O assunto foi abordado no Papo com Especialista, programa ao vivo e semanal do UOL Economia+.

Na live, o economista César Esperandio explicou se há risco de calote por parte do governo e se os títulos do Tesouro Direto ainda são seguros. Confira abaixo a resposta.

O Papo com Especialista é transmitido sempre às quartas-feiras, das 12h30 às 13h30, na página inicial do UOL e do UOL Economia+. O programa é exclusivo para assinantes e, após a transmissão ao vivo, fica disponível para consulta.

Tesouro Direto ainda tem risco baixo?

Segundo os últimos dados do Banco Central, a dívida pública do país fechou março em R$ 6,721 trilhões, o que representa 89,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. É como se você tivesse quase 90% do seu salário comprometido com dívidas.

O que o Tesouro Direto tem a ver com tudo isso? Quando você investe em títulos públicos, é como se você emprestasse dinheiro para o governo, com a promessa de receber juros depois de um tempo. Por isso, sempre que a dívida pública sobe, muita gente se pergunta se o o governo vai ter dinheiro para pagar esses juros, uma vez que existem outras prioridades na lista das contas públicas.

"Sempre há o risco de o governo não honrar com o compromisso de pagar quem está investindo no Tesouro Direto, mas esse risco é considerado o chamado 'risco zero' da economia", afirmou o economista.

Esperandio disse que não há histórico de calote do Tesouro Direto.

"Antes de o Tesouro Direto dar um calote no investidor, outras instituições privadas, como bancos, financeiras e outras empresas, já teriam passado por dificuldades, com falência em massa. Esse risco é considerado o menor da economia, e é por isso que eu falo que os títulos do Tesouro Direto são considerados os mais seguros do país", disse o economista.

Esse risco de instituições privadas quebrarem, caso o governo dê calote nos titulos, existe porque essas instituições também investem em títulos públicos —e não é pouco dinheiro.

Segundo o economista, quanto mais o endividamento de um país sobe, esse risco aumenta. "Mas ele continua sendo o menor risco de todos os investimentos de renda fixa", reforçou.

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