Gastar é mais gostoso do que investir; como mudar isso e garantir o futuro?
Por que é tão difícil pensar no longo prazo, principalmente quando se trata de dinheiro? Segundo especialistas, existem motivos psicológicos e históricos que impedem grande parte das pessoas de pensar no futuro —é como se pensar muito lá na frente não fizesse sentido.
"A nossa relação com o dinheiro é mais emocional do que racional, aquela sensação de comprar um produto e ser recompensado na hora é mais comum na nossa vida do que o pensamento de longo prazo", afirmou Tito Gusmão, fundador e CEO da Warren, durante encontro do Guia do Investidor UOL, série de eventos gratuitos e quinzenais do UOL Economia+ para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro.
"A gente vê uma mudança de comportamento, mas as pessoas ainda estão caindo nas mesmas armadilhas que o mercado proporciona", afirmou Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest by Nubank. Confira abaixo a análise feita pelos especialistas e entenda os gatilhos que te impedem de pensar no longo prazo, e como evitá-los.
Perder é a parte mais difícil
Para Macedo, o investidor praticamente esquece do que já ganhou numa aplicação no momento em que perde dinheiro com ela. E essa é uma das armadilhas do mercado, afirmou.
"A sensação de prazer quando o investidor tem um lucro na operação é rapidamente dissipada, mas a sensação de dor é muito maior e mais longa [quando você perde]", afirmou Macedo.
Inflação alta do passado ainda influencia
Para Tito Gusmão, o brasileiro ainda não superou o passado em que os índices de inflação chegavam a 2500% ao ano, e por isso tem dificuldade de pensar no longo prazo.
"Em 1993, se você quisesse comprar o carro da época e juntasse todo o dinheiro, o valor seria suficiente só para comprar o tapete do carro depois de um ano. Fazer planejamento financeiro era impossível", afirmou Gusmão.
Com índices bem diferentes do passado hiperinflacionário, o país tem mais estabilidade hoje, e o brasileiro tem mais condições e opções para diversificar investimentos.
"Essa geração nasceu em um país com estabilidade de moeda e uma taxa de juros baixa, então agora o cenário é diferente. Para o brasileiro se planejar, ele tem todas as cartas na mesa", disse Gusmão.
Tecnologia ajuda a pensar no longo prazo
Como desviar desses gatilhos, e começar a pensar no futuro?
Segundo Macedo, a entrada de pessoas mais jovens no mercado tem fomentado o hábito de pensar investimentos no médio e longo prazo, e a tecnologia tem ajudado no monitoramento de objetivos.
"A tecnologia vem ajudando e trazendo suporte para que o investidor saiba se aquilo que ele planejou no início do caminho está na trilha certa ou se vai precisar de ajuste", afirmou Macedo.
Outra estratégia é não olhar para a Bolsa todos os dias, caso você seja investidor iniciante. Segundo Macedo, acompanhar o sobe e desce diariamente pode gerar medo e fazer o investidor desistir do mercado.
Para Gusmão, imaginar a tranquilidade futura também ajuda, mas, na prática, investir 10% do que se ganha assim que o salário cair é a melhor estratégia, afirma.
"O primeiro hábito é o de poupar. Investir precisa entrar como despesa", disse. Para ele, ao fazer um acompanhamento mensal ou anual dos investimentos, o especialista acredita que o efeito de ver o dinheiro se multiplicando ajuda a focar no longo prazo.
Mas isso só é válido, disse, se o investidor tiver metas claras. Com objetivos bem definidos, é mais fácil manter o hábito de investir para o longo prazo.
Guia do Investidor UOL é trilha para quem quer começar a investir
O Guia do Investidor UOL é uma série de eventos quinzenais e gratuitos que vai apresentar todos os passos para quem quer aprender a investir e entender melhor sobre o mercado financeiro.
Essa série funciona como uma trilha de conhecimento, que passará por temas como comportamento, investimentos básicos para iniciantes a investimentos mais arrojados, como ações, fundos multimercado e até criptomoedas.
Para ajudar os leitores nessa trilha, investidores profissionais, analistas, e grandes especialistas do mercado darão aulas quinzenais para ensinar o passo a passo dos investimentos.
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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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