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'Carro voador' mantém alta da Embraer na Bolsa? Veja o que dizem analistas

Imagem computadorizada de possível "carro voador", batizado de eVTOL, desenvolvido pela Eve, da Embraer - Embraer/Divulgação
Imagem computadorizada de possível "carro voador", batizado de eVTOL, desenvolvido pela Eve, da Embraer Imagem: Embraer/Divulgação

Raphael Coraccini

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/08/2021 04h00

O anúncio de que a Embraer fornecerá até 100 aeronaves para serem comercializadas pela plataforma da Ascent, empresa de Cingapura que opera serviço de táxi aéreo, fez as ações da empresa brasileira fecharem com alta de 5,3% na segunda-feira (23), chegando a R$ 20,92. A parceria continuou rendendo para a empresa, que fechou a sessão na Bolsa desta terça (24) com alta de 8,13%.

A parceria é uma entre as várias feitas pela Eve Urban Air Mobility, empresa da Embraer que está desenvolvendo os chamados carros voadores e motores elétricos para aeronaves. Para os especialistas ouvidos pelo UOL, as iniciativas tendem a valorizar as ações da empresa, mas o grosso do resultado - surpreendente, até aqui - tem dependido de outros fatores. Veja abaixo se os carros voadores são suficientes para segurar a alta da empresa.

Inovações começam a ser consideradas no preço das ações

Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, avalia que as inovações apresentadas pela Embraer já começam a ser consideradas nos preços das ações da empresa —-é o que o mercado chama de precificação.

O analista destaca, porém, a reavaliação de mercado sobre a empresa após a proposta de fusão da Eve com a norte-americana Zanite Acquisition Corp, anunciada em junho e cujas negociações estão em andamento. Para ele, a avaliação do valor da empresa após uma possível combinação dos negócios foi acima do esperado.

O analista também prevê uma melhora dos resultados com a retomada gradual do turismo interno.

"No começo da pandemia, era esperado que as companhias se recuperassem antes da Embraer, afinal a Embraer depende da demanda delas. Porém essa retomada demorou mais por conta das medidas de isolamento e contenção da pandemia. Por outro lado, a demanda internacional aquecida antes da hora, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, mais que compensou o enfraquecimento doméstico", afirma Esteter.

No segundo trimestre deste ano, a empresa apresentou o primeiro lucro líquido ajustado em mais de dois anos, de R$ 213 milhões.

Aviões tradicionais é que devem segurar valorização

Para Roberto Nemr, analista da Ohmresearch, o anúncio das parcerias para desenvolvimento e utilização dos carros voadores deve estar acompanhado de algo mais urgente para que as ações da Embraer mantenham a valorização: a retomada das vendas de aviões tradicionais.

"As aéreas precisam melhorar seus resultados para comprar mais aviões, então, tem que retomar a demanda e, para isso, a saída da pandemia é fundamental", afirma.

Nemr destaca que a valorização dos papéis ao longo do ano, de 137%, está relacionada também ao valor descontado com relação ao período anterior à pandemia.

A expectativa do analista é de que os papéis voltem para a faixa de R$ 25.

"Tem um potencial de alta razoável pela frente e a questão do câmbio pode pesar também. Como exportadora, a Embraer ganha quando o real sobe acima dos R$ 5,30", afirma.

Ele crê que uma eventual fusão da empresa brasileira com a Zanite pode vir a causar um novo impacto positivo sobre as ações para além do preço-alvo definido hoje, de R$ 25.

Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, afirma que a valorização das ações da Embraer já passou a fase mais vertical da subida.

"A ação já valorizou 136,4% no ano. Mesmo com a melhora nos números da empresa, não se deve esperar que essa escalada de valorização persista", afirma.

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