Tesouro Direto ou Bolsa: qual investimento rende mais dinheiro?
Os investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto e CDBs, são opções certeiras para quem pretende guardar dinheiro, acrescentar algum rendimento - ainda que bastante modesto - e sacar a hora que precisar. Mas eles podem ser mais do que isso e, dependendo do cenário macroeconômico, conseguem render mais do que ações ou fundos imobiliários.
Além dos ventos da economia, o rendimento de quem investe na renda fixa vai depender também da paciência e da escolha de boas opções. É o que apontam os analistas Laís Costa, da Empiricus, e Guilherme Cadonhotto, da Spiti, que participaram do Guia do Investidor UOL, série de eventos gratuitos e quinzenais do UOL, para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro. Veja abaixo como distribuir o dinheiro na renda fixa para alcançar o maior rendimento.
Renda fixa pode não render no curto prazo
Para a analista de investimentos da Empiricus, quanto menor o prazo que o investidor deixar o dinheiro investido, menores podem ser os retornos. Neste caso, os títulos pós-fixados são mais interessantes, afirma a especialista. São títulos atrelados a algum indicador, como a taxa básica de juros, a Selic —é o caso do Tesouro Selic, por exemplo.
"Muito raramente eles vão registrar uma perda de curto prazo. Tivemos algumas perdas, mas foram questões muito pontuais", afirma Laís.
Essas perdas estiveram atreladas à queda recorde da Selic entre 2020 e 2021, que impactaram investimentos no Tesouro Direto, por exemplo, uma das opções mais conservadoras que o investidor tem à disposição.
Dá para ganhar mais no longo prazo
Laís, que fez carreira em instituições financeiras brasileiras em Nova York, recomenda as opções prefixadas e indexadas à inflação para quem consegue manter o dinheiro investido por mais tempo.
Ela destaca principalmente os títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA, que não podem faltar na carteira porque garantem ao investidor uma proteção maior contra os aumentos sucessivos dos preços, diz.
Laís afirma ainda que recorrer aos títulos indexados pela inflação significa garantir o poder de compra que o investidor tem hoje no futuro, pelo menos.
"Como diria Benjamin Franklin, a gente tem duas garantias, a morte e as despesas, e acho que os títulos indexados à inflação cumprem um bom papel nessa questão (de proteger) das despesas", afirma.
O melhor do investimento conservador
Guilherme Cadonhotto, especialista em renda fixa da Spiti, recomenda que a maior parte do investimento em renda fixa seja atrelado ao índice IMA-B 5, que corrige os títulos indexados à inflação com vencimento em até cinco anos. Dentro dessa classe estão os títulos do Tesouro IPCA e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais.
O especialista aponta o IMA-B 5 como o índice mais eficiente de investimento para quem investe no Brasil.
"Ele entrega o melhor retorno ajustado ao risco entre todas as opções do mercado brasileiro, mesmo considerando os índices de renda variável, como o Ibovespa (índice de ações da Bolsa) e o Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) ", diz Cadonhotto.
O que vem pela frente?
Ao longo da última década, os principais investimentos em renda fixa foram mais vantajosos que os investimentos no Ibovespa. Um levantamento da Spiti apontou que o CDI cresceu 138,13% entre dezembro de 2010 e dezembro de 2020, contra 66,15% do Ibovespa, mesmo com a disparada dos últimos anos da Bolsa de Valores.
Cadonhotto ressalta ainda que o IMA-B 5 costuma superar consistentemente o CDI, que é o índice de referência da renda fixa (e que basicamente acompanha a Selic), principalmente em investimentos de médio e longo prazo.
"[Isso acontece] mesmo em períodos desafiadores da economia, de ciclo de alta de juros, que tendem a prejudicar os ativos com risco de mercado dentro da renda fixa", explica.
Para o especialista, a alta da inflação e o novo ciclo de alta de juros podem fazer com que o IMA-B 5 volte a ganhar a força que teve em boa parte da década passada, dando vigor extra aos investimentos em renda fixa que perseguem a inflação.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.