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Poupança: quanto rendem R$ 1.000 por ano após nova alta dos juros

Veja quanto poupança, Tesouro Selic e fundos DI podem render para quem investir por um ano - Suwaree Tangbovornpichet/iStock
Veja quanto poupança, Tesouro Selic e fundos DI podem render para quem investir por um ano Imagem: Suwaree Tangbovornpichet/iStock

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

27/10/2021 18h41

O Banco Central voltou a elevar os juros nesta quarta-feira (27). Desta vez, a Selic subiu 1,50 ponto percentual, passando de 6,25% para 7,75% ao ano. Esta é a sexta alta seguida neste ano. Essa decisão impacta diretamente vários investimentos de renda fixa, que agora vão dar ao aplicador um ganho maior.

Com uma taxa básica de juros agora de 7,75% ao ano, a poupança, o Tesouro Selic e os fundos DI, por exemplo, terão um rendimento nominal maior a cada mês. Veja abaixo quanto passam a render R$ 1.000,00 se aplicados por um ano. E compare com o ganho que havia antes.

Rendimento nominal

Nessa simulação, consideramos uma aplicação por um ano mais um dia, quando a alíquota de Imposto de Renda — para investimentos que pagam imposto — passa a ser de 17,50%. Veja abaixo quanto rendem R$ 1.000 nos seguintes investimentos:

  • Poupança: R$ 54,30 (não paga IR)
  • Tesouro Selic: R$ 63,94 (considerando alíquota de 17,50%)
  • Fundos DI: R$ 59,49 (considerando IR e taxa de administração de 0,5%)

Quanto a pessoa vai ter na conta após a aplicação

Considerando então essas simulações, veja quanto a pessoa vai ter na conta se ela aplicar R$ 1.000,00 por 12 meses. E compare com o valor que seria se a Selic não tivesse subido.

  • Poupança: R$ 1.054,30 (antes da alta dos juros seriam R$ 1.043,80)
  • Tesouro Selic: R$ 1.063,94 (antes da alta dos juros seriam R$ 1.051,57)
  • Fundos DI: R$ 1.059,49 (antes da alta dos juros seriam R$ 1.051,30)

Ganho real e nominal

O rendimento nominal do aplicador, ou seja, aquele que aparece no extrato da aplicação, aumentou com a nova taxa básica de juros. Mas o investidor não pode esquecer que o ganho real dele, aquele que fica acima da inflação, ainda está negativo, alertam consultores financeiros.

Isso acontece porque os preços da economia estão subindo mais rapidamente do que a taxa do rendimento das aplicações.

Se a inflação medida pelo índice oficial do governo, o IPCA, está em 10,25% considerando o período de 12 meses encerrados em setembro, isso quer dizer que R$ 1.000,00 de um ano atrás só compram atualmente R$ 897,50. A inflação corroeu R$ 102,50 da aplicação.

Portanto, se alguém investiu R$ 1.000,00 um ano atrás, ele só terá ganho real se a aplicação entregar mais do que a inflação comeu.

Perda real

Considerando então uma inflação de 10,25% em 12 meses, os três investimentos simulados aqui ainda perdem para a inflação.

Nessa conta abaixo, veja as perdas, calculadas a partir do rendimento nominal descontada uma inflação de 10,25% apenas para efeito de cálculo.

Para cada R$ 1.000 aplicados, o capital do aplicador teria estas perdas, considerando já o rendimento de cada investimento descontado da parte que a inflação corrói.

  • Poupança: R$ 48,20
  • Tesouro Selic: R$ 38,56
  • Fundos DI: R$ 43,01

Inflação também está subindo

Essa perda real vem se acentuando porque a inflação tem subido mais que os juros básicos.

Enquanto a Selic passou de 2% para 7,75% ao ano, a inflação, que começou o ano em 4,52%, atingiu 6,10% no fim do primeiro trimestre, depois foi a 8,35% ao fim do segundo trimestre, e agora está em 10,25%.

Cenário para próximos meses

Profissionais de mercado afirmam que a inflação deve seguir pressionada por causa do dólar valorizado, que está puxando os aumentos dos preços dos combustíveis e dos alimentos, e da energia elétrica, mais cara por causa das bandeiras tarifárias vermelhas.

E para combater a inflação, o Banco Central vai ter que seguir elevando os juros. As projeções apuradas no Boletim Focus, do Banco Central, com estimativas de mais de 100 instituições financeiras e consultorias do país, apontam para uma Selic de 8,75% ao fim deste ano e de 9,50% em 2022.

Para Ulisses Ruiz de Gamboa, professor de economia e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as dúvidas do mercado com relação ao compromisso do governo com o controle de gastos aumentaram com a manobra que muda o cálculo do teto inserida na PEC dos Precatórios que tramita na Câmara dos Deputados.

Essa instabilidade está provocando uma disparada do dólar, que acelera a inflação. E isso vai ter que ser combatido pelo Banco Central com o aumento mais forte da taxa de juros.
Ulisses Ruiz de Gamboa, Mackenzie

Novo cálculo da poupança

Se esse cenário se confirmar, e a Selic superar a taxa de 8,50% ao ano, a forma de cálculo do rendimento da poupança vai mudar. É o que diz a regra do investimento.

Com a Selic até 8,50% ao ano, a poupança rende o equivalente a 70% da Selic. Já se a Selic superar os 8,50% ao ano, o rendimento da poupança passa a ser fixo, de 0,5% ao mês, conforme mostramos aqui.

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