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Fundos imobiliários: Qual o melhor para cada perfil de investidor?

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

31/10/2021 04h00

Por valores acessíveis (a partir de R$ 10), os fundos imobiliários podem ser o primeiro passo do investidor na renda variável. Mas como acompanhar o mercado? Qual a taxa de administração considerada aceitável? Existe algum tipo de FII mais indicado, de acordo com o perfil do investidor?

Camila Almeida, sócia-fundadora da Habitat Capital Partners, e Fabrizio Gueratto, especialista em investimentos e criador do canal 1Bilhão Educação Financeira, responderam a essas perguntas no último Guia do Investidor UOL, série de eventos gratuitos do UOL para quem deseja aprender a cuidar do próprio dinheiro. Veja abaixo o que eles disseram.

Ifix: vale a pena investir?

O Ifix (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) é um índice negociado em Bolsa e considerado referência para quem quer investir em fundos imobiliários. Assim como o Ibovespa é a média das ações mais negociadas na Bolsa de Valores, o Ifix a média das cotas de FIIs mais negociadas. E assim como é possível investir no Ibovespa, o investidor também pode investir no Ifix.

Para o especialista Fabrizio Gueratto, como o Ifix é referência, não faz sentido o investidor aplicar em um fundo que está abaixo do desempenho do índice. Contudo, ele explicou que é preciso atenção ao comparar um fundo específico com o Ifix, uma vez que o índice acompanha os fundos mais negociados, e não, necessariamente, os de melhor qualidade.

"É separar o joio do trigo. No Ifix ou no Ibovespa não tem isso. Está tudo ali no mesmo balde, e você vai investir tudo junto. Para quem está começando, eu acho 'ok' [investir no Ifix]. Depois, você pode dar o primeiro passo e começar a investir por conta própria", diz.

No caso de quem busca diversificação, os fundos de fundos administrados por gestores, com a seleção dos melhores ativos, são tidos como boas escolhas.

"Você tem um gestor de verdade, que entende daquilo, escolhendo os melhores ativos daquela cesta. É um produto não é só para quem está começando a investir", diz Gueratto.

Como avaliar a taxa de administração?

Camila Almeida ressalta que a taxa de administração cobrada pode variar de acordo com o tipo de fundo em questão.

"Se você está falando de um fundo de contrato atípico com cinco galpões e que vai demorar anos para precisar buscar outro locatário, o trabalho do gestor nesse tipo de fundo é muito pequeno", diz ela.

Nesse caso, a taxa de administração acaba sendo menor. Contudo, em fundos em que o gestor precisa fazer visitas às obras para acompanhar os empreendimentos, que têm contratos mais curtos de locação, por exemplo, a taxa de administração aumenta.

A taxa, no fim, contribui para arcar com os custos de visita necessários para a gestão da carteira, por exemplo. Os especialistas dizem que é difícil estabelecer um limite, mas que o investidor deve observar, sobretudo, o trabalho desenvolvido pelo gestor.

Gueratto, por exemplo, não vê problema em taxas mais elevadas ou mesmo na incidência da taxa de performance — desde que o desempenho corresponda às expectativas.

"Muita gente diz que é um absurdo. Mas se o fundo é muito bom, se entrega rentabilidade e rentabilidade com volatilidade relativamente baixa, por que não pagar 0,5%, 1% ou 2%?", diz.

"Agora, se eu vejo um fundo de renda fixa, de um grande banco, e o cara na renda fixa me cobra uma taxa de 3%, não tem lógica nenhuma", afirma o especialista.

Quais os melhores FIIs de acordo com o perfil do investidor?

De acordo com Almeida, é difícil dizer se um fundo de tijolo (visto como mais seguro, mas também com volatilidade) é melhor que um fundo de papel, por exemplo.

"É muito relativo. É só um risco diferente: no fundo de CRI, você tem o fundo que vai estar querendo correr o risco com galpão e o contrato atípico, e o fundo de CRI de loteamento em outras regiões. Mas, às vezes, você amarra a operação com tanta garantia, que não é tanto mais risco assim do que um galpão com uma taxa menor", diz.

Mais importante do que definir se existe um fundo imobiliário ideal para cada perfil, segundo a especialista, é o investidor observar as políticas de investimento daquele fundo na hora de tomar a decisão.

Por outro lado, Gueratto acredita que é mais importante o investidor entender o próprio perfil antes de tentar buscar "o melhor FII"; e que, no fim, fundos imobiliários oscilam, assim como qualquer investimento de renda variável —não importa se o fundo é de tijolo ou papel.

"Eu não vejo uma grande diferença [de risco entre os diferentes tipos de fundos imobiliários]. Talvez o investidor esteja correndo mais risco porque o gestor é ruim ou o produto é uma porcaria, ou porque tem gestor que não é tão honesto assim", afirma.

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