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Fundos de ações na Bolsa cobram taxas e impostos do pequeno investidor?

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/12/2021 04h00

Os fundos de ações podem ser uma boa alternativa para quem não tem muito dinheiro e deseja diversificar as empresas do portfólio. Mas essa modalidade de investimento é válida para todos os perfis? Quais são as taxas cobradas? E o pagamento de impostos e dividendos?

É normal que os investidores tenham dúvidas. Para esclarecer cada um desses aspectos, o Guia do Investidor UOL, série de eventos quinzenais e gratuitos do UOL Investimentos para quem quer aprender a cuidar do próprio dinheiro de forma saudável, conversou com dois especialistas.

São eles Phil Soares, analista chefe de ações da Órama Investimentos, com passagens por instituições como Polo Capital e Ativa Investimentos, e Marcelo Weber, fundador e CEO da Invexa Capital, com experiências na corretora Renascença DTVM e no banco de investimentos Voiter (antigo Indusval). Veja o que eles disseram.

Quais taxas são cobradas nessa modalidade?

De acordo com Phil Soares, da Órama Investimentos, há alguns custos associados aos fundos de investimento, como as taxas de administração e performance, que formam a remuneração do gestor.

Ele explica que a taxa de administração geralmente é um pouco mais alta justamente porque é necessário uma equipe robusta para monitorar as ações que podem fazer parte da carteira. É comum uma cobrança de 2% ao ano sobre o patrimônio administrado —mas isso pode variar de acordo com a gestora.

"O importante é verificar se há confiança de que esse gestor vai ter uma capacidade de entregar um retorno que não só supere a referência, mas também os custos do fundo que ele tem que arcar para trazer um retorno líquido superior ao cotista", explicou Soares.

Já a taxa de performance tem como fundamento premiar o gestor quando ele consegue entregar um retorno acima do parâmetro. "Geralmente, a taxa de performance é de 20% sobre tudo o que exceder o rendimento do Ibovespa", disse o analista da Órama Investimentos.

Para ficar mais claro para o leitor, caso o principal índice da Bolsa brasileira tenha uma alta de 20% no ano e a performance do fundo chegue a 30%, o gestor fica com 2% dos 10% que ultrapassaram o Ibovespa. Portanto, o cotista teria um retorno líquido de 8%.

O fundo de ações é adequado para qualquer perfil de investidor?

Segundo Marcelo Weber, a falta de uma cultura no Brasil que priorize os investimentos com uma mentalidade de longo prazo, como para uma viagem ou aposentadoria, resulta em investidores que buscam resultados em um curto espaço de tempo.

"O investidor precisa ter consciência de que aquele investimento é para gerar resultado em três, quatro ou dez anos. Existe um pouco dessa frustração, de as pessoas colocarem dinheiro nas ações e nos fundos de ações e quererem um retorno muito rápido", disse ele.

Por isso, o fundo de ações não deve ser a única opção em carteira. "Não adianta ter 60 ou 70 anos e colocar todo o patrimônio em ações. Se precisar de dinheiro para um tratamento médico no ano seguinte, a Bolsa pode realizar [a venda para a obtenção de lucro] e o investidor perder dinheiro", afirmou Weber.

Como acontece a cobrança de impostos?

De acordo com Soares, da Órama, se um investidor fizer aportes recorrentes durante dez anos em ações, ele terá que pagar o tributo sobre o investimento a cada 12 meses.

No caso dos fundos, o pagamento de tributos acontece apenas no final daquela década, por exemplo. "Esse imposto que não foi pago passa por acúmulo de rendimentos. Então, do ponto de vista tributário, é muito mais interessante ter o dinheiro em um fundo", disse.

Por outro lado, no caso dos dividendos, o investidor pessoa física recebe a distribuição de lucro das empresas direto na sua conta, sem a necessidade de pagar qualquer imposto.

"No caso do fundo, quem recebe o dividendo é o próprio fundo, que vai usar para investir em mais ações ou outras opções", declarou Weber, da Invexa Capital.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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