Ex-BBBs: Como vencedores que faliram após o prêmio podiam ter ficado ricos?
Com sua 22ª edição no ar atualmente, o Big Brother Brasil (BBB) é conhecido por premiar os primeiros colocados com altas quantias de dinheiro. Já foram 21 vencedores ao longo do programa, mas alguns deles não souberam administrar o prêmio conquistado —e faliram.
Abaixo, o UOL revela quais ex-BBBs perderam tudo. E mostra, segundo especialistas, quais estratégias um vencedor do reality show deve adotar para preservar o valor do prêmio.
"Perdi tudo"
Em mais de duas décadas de programa, diversos participantes apresentaram uma estratégia de sucesso durante os três meses de confinamento e levaram o prêmio para casa. Entretanto, depois faltou estratégia também fora da casa —com a falta de gestão do dinheiro recebido, perderam tudo pouco tempo após deixarem o jogo.
Foi assim com Dhomini, campeão da 3ª edição do reality. Ele tentou empreender em diferentes setores da economia, com negócios como postos de gasolina e imóveis. Sem sucesso.
Já Cida, vencedora do BBB 4, levou R$ 500 mil para casa. No entanto, perdeu tudo ao ter que assumir a dívida de um imóvel do qual era fiadora. Além disso, emprestou parte dos recursos e não obteve retorno.
Vencedor da 9ª edição do programa, Max Porto foi outro que, atualmente, não tem um real do prêmio de R$ 1 milhão. Ele fez viagens e pagou dívidas, além de ter contraído novos compromissos financeiros. Atualmente, é artista plástico e admite arrependimento por ter desperdiçado todo o dinheiro. Mas vê o recebimento do prêmio como um "vale-sonho".
Possíveis erros cometidos
Os analistas são unânimes em duas orientações ao novo milionário a ser relevado no BBB 22 —e que podem não ter sido feitas pelos ex-BBBs vencedores. O primeiro passo é entender o perfil de risco do vencedor. Ao entender se a pessoa é mais conservadora, moderada ou arrojada na hora de investir, é possível alocar o dinheiro da forma mais adequada.
O segundo, que segue a primeira dica, é diversificar o dinheiro em diferentes modalidades de investimento. Ou seja, separar o R$ 1,5 milhão, prêmio atual oferecido ao ganhador, em diversos montantes, em que cada um poderá ser usado no curto, médio e longo prazo.
Dicas para não perder tudo
Para Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico Investimentos, o valor de R$ 1,5 milhão é suficiente para ter uma parcela separada para a reserva de emergência e, o restante, ser dividido entre várias classes de investimentos.
A estratégia é essa: é pegar o dinheiro, dividir em 'caixinhas', entender quando aquele recurso será necessário e a sua finalidade, e investir de acordo com isso.
Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico Investimentos
Assim, pode ser interessante aplicar os valores que serão utilizados nos próximos seis meses no Tesouro Direto, título público do governo com liquidez (disponibilidade) diária.
Atualmente, há títulos prefixados do Tesouro Direto que pagam ao menos 11,20% ao ano, além dos pós-fixados, que remuneram o investidor de acordo com a alta ou baixa da taxa básica de juros, a Selic.
Já para quem pretende resgatar o dinheiro em um prazo de três anos, Paula diz que a ideia é ter uma estratégia um pouco mais arriscada, a exemplo dos fundos multimercados.
Para um período maior, entre cinco e seis anos, o investidor pode buscar produtos mais agressivos na renda variável, com o objetivo de ter uma maior rentabilidade.
Na opinião de Antônio Duarte Júnior, assessor de investimentos da Aplix Investimentos, é importante que a pessoa que deixar a casa mais famosa do Brasil saiba a diferença entre bens ativos (que geram renda) e os passivos (que geram despesas).
"Se a gente olhar o histórico de vencedores do Big Brother, alguns deles acabaram consumindo o prêmio em pouco tempo. Ao entender essas diferenças, ele [vencedor] vai conseguir alocar o recurso de forma muito mais assertiva", disse.
Para Júnior, em um cenário de inflação e taxas de juros elevadas, como é o momento atual do Brasil, os títulos de renda fixa pós-fixados são bastante interessantes, já que acompanham a inflação e pagam, também, juros reais.
Ele vê ainda, como Paula, boas possibilidades em fundos multimercados. Os fundos imobiliários e as ações do Ibovespa de empresas também são boas alternativas para receber dividendos —mas vale ficar de olho em uma possível decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o tema. "Sem excluir os ativos internacionais para alguma proteção sobre o cenário doméstico", afirma.
Organização das finanças
Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest, diz que, caso o ganhador não tenha muita experiência na gestão das próprias finanças, vale buscar um assessor financeiro enquanto aprende a lidar com o dinheiro de forma saudável.
Outra maneira é contar com o bom e velho Excel (programa para edição de planilhas) ou com o auxílio de aplicativos de finanças pessoais. No mercado, há alguns aplicativos disponíveis, como GuiaBolso, MoneyWise, Mobills ou Organizze Finanças.
"Mudanças de hábito exigem disciplina e determinação, assim como na construção de uma vida saudável", afirma Wanessa.
A partir das metas e planos definidos para a utilização do dinheiro, a especialista recomenda que o investidor separe uma parcela entre 20% a 30% dos ganhos mensais para destinar a novos investimentos, com o foco em aumentar o patrimônio.
Por outro lado, o estrategista da Genial Investimentos, Filipe Villegas, declara que, além de comprar títulos públicos atrelados à inflação e adquirir papéis de empresas sólidas, o vencedor do BBB pode investir em ETFs (Exchange Traded Fund).
ETFs são fundos que representam indicadores de Bolsas de Valores internacionais, como a Nasdaq (que reúne as principais empresas de tecnologia nos EUA) ou a Bolsa de Nova York, e ter até mesmo algum percentual de criptoativos.
Uma outra estratégia é alocar o R$ 1,5 milhão para gerar exclusivamente uma renda passiva, ou seja, para ter aquele dinheiro pingando na conta todo mês. Isso é possível por meio de companhias que pagam bons dividendos, da remuneração dos fundos imobiliários ou dos pagamentos semestrais de títulos públicos ligados ao IPCA.
A divisão de peso dessas classes [de investimentos] depende do perfil do investidor. Tudo parte do princípio sobre o que essa pessoa quer fazer com esse R$ 1,5 milhão; se quer a multiplicação desse valor no longo prazo ou se deseja transformar esse dinheiro em renda.
Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.