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Qual é o melhor Tesouro Direto para parar de trabalhar e viver de renda?

Confira como viver de renda aplicando o seu dinheiro em títulos do Tesouro Direto - Vergani_Fotografia/Getty Images/iStockphoto
Confira como viver de renda aplicando o seu dinheiro em títulos do Tesouro Direto Imagem: Vergani_Fotografia/Getty Images/iStockphoto

Paula Pacheco

Colaboração para o UOL, de São Paulo

06/08/2022 04h00

Viver de renda é um dos objetivos que o Tesouro Direto pode viabilizar. No entanto, é preciso saber escolher quais são os melhores títulos para isso, de acordo com as suas características. Do contrário, o investidor pode ter os planos frustrados ou até perder dinheiro.

Uma carteira diversificada de títulos é a sugestão de Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos. A especialista indica uma combinação de títulos do Tesouro prefixados e indexados à inflação com pagamentos de juros semestrais (ou cupons), com vencimento em até cinco anos, arranjados de forma a cobrir o maior número de meses possíveis.

Como organizar os pagamentos de juros? O objetivo, segundo a executiva da Órama, é que os títulos em carteira tenham pagamentos diversificados de juros semestrais de tal forma que o investidor tenha valores a receber o maior número de meses possível. Há títulos que pagam juros em janeiro, fevereiro, maio, julho, agosto e novembro, diz ela.

Ainda segundo a especialista da Órama, os títulos do tipo Tesouro Prefixado com cupons semestrais pagam juros em janeiro e julho. No caso dos papéis Tesouro IPCA+ com cupons semestrais, os pagamentos são feitos em fevereiro e agosto ou maio e novembro.

O Tesouro IPCA com juros semestrais também é a recomendação de Gustavo Chaib, assessor de investimentos da Guide Investimentos. Além do pagamento recorrente, esse investimento protege o patrimônio contra a inflação, já que é indexado ao IPCA, principal índice que mede a inflação.

O pagamento do cupom a cada seis meses, diz o especialista, permite que o investidor programe seus gastos de acordo com o fluxo de recebimentos. Portanto, atende ao objetivo de gerar uma renda extra.

Como comprar os títulos? A quantidade mínima de compra de um título é a fração de 0,01 título, ou seja, 1% do seu valor, desde que respeitado o mínimo de R$ 30. Os investidores precisam obrigatoriamente usar um banco ou uma corretora na compra dos títulos do Tesouro Direto, como diz Chaib. O que muda é a taxa de custódia, que entra na conta de algumas corretoras. Outras dispensam a cobrança.

No dia 2 de agosto, o investimento mínimo para o Tesouro Prefixado com pagamento semestral de juros era de R$ 33,88 (vencimento em 2033). Já as alternativas de Tesouro IPCA+ com cupom a cada semestre são com vencimento em 2032 (R$ 40,59), em 2040 (R$ 40,11) e 2055 (R$ 39,03), segundo o site do Tesouro Direto.

Devo pagar alguma taxa? Ao avaliar prós e contras do Tesouro Direto, o investidor deve considerar outras duas taxas.

A taxa de custódia é cobrada semestralmente pela Bolsa de Valores, sendo 0,10% no primeiro dia útil do ano e os outros 0,10% no primeiro dia útil de julho. A cobrança é proporcional ao período em que seu dinheiro ficou investido.

O investidor que negocia seu título antes do vencimento deve ter cuidado com a incidência de tributos. O Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) inicial é de 96%. Veja como funciona:

  • O IOF é cobrado para resgates da aplicação em Tesouro Direto feitos em prazos inferiores a 30 dias.
  • O imposto é alto, começa em 96% do total de rendimento no primeiro dia de aplicação até chegar a 0% no 30º dia.

A tabela regressiva do Imposto de Renda (IR) é outra característica do Tesouro Direto que pode tornar o ativo inadequado para o investidor sem disciplina.

Alíquota de IR (em %) / Prazo do investimento (em dias)

  • 22,5: 180 ou menos
  • 20: de 181 a 360
  • 17,5: de 361 a 720
  • 15: 721 ou mais

Existe risco de investir no Tesouro? Um ponto de atenção muito importante, segundo Chaib, é o chamado "risco de mercado". Esse risco, que varia conforme a própria economia brasileira, traz variações no valor investido. Além disso, a alta ou baixa da taxa básica de juros, a Selic, também altera o valor dos títulos públicos. Isso é chamado de marcação a mercado dos títulos, a negociação no mercado secundário antes do seu vencimento.

A variação na cotação pode ser positiva ou negativa. Se o investidor não se planejar e precisar resgatar o título antes do vencimento, corre o risco de fazer a venda em um momento de desvalorização.

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