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O que é CDB? Dá para investir com R$ 1? Quanto rende?

Alta de juros e inflação levaram a aumento da taxa do CDI, e investidores ganham apetite por um CDB mais rentável - Rmcarvalho/Getty Images/iStockphoto
Alta de juros e inflação levaram a aumento da taxa do CDI, e investidores ganham apetite por um CDB mais rentável Imagem: Rmcarvalho/Getty Images/iStockphoto

Pedro Leite Knoth

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/08/2022 04h00

A renda fixa é a porta de entrada para a maioria dos brasileiros quando se trata de investimentos. Um dos papéis mais comuns dessa categoria é o CDB (Certificado de Depósito Bancário), que vem chamando atenção por estar mais atraente devido ao aumento dos juros.

Especialistas ouvidos pelo UOL apontam motivos para o CDB ter alto retorno em 2022. Veja o que é o CDB, qual é a rentabilidade, como investir e quais os riscos.

O que é CDB?

O CDB é uma espécie de empréstimo de um investidor pessoa física a um banco. Os bancos emitem os certificados de depósitos bancários para pegar dinheiro emprestado de seus clientes e fazerem suas operações, o que inclui financiamentos e empréstimos.

Existem dois tipos de CDB: um deles é o prefixado, sobre o qual incide uma taxa de juros determinada pelo banco. O investidor empresta dinheiro ao banco e já sabe o quanto vai receber no final. O outro tipo é o CDB pós-fixado, que fica atrelado a alguma taxa, como a Selic, o IPCA ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), um índice muito próximo à taxa de juros (Selic).

O CDI é a taxa que regulamenta o mercado interbancário, explica Lucas Queiroz, estrategista de Renda Fixa do Itaú BBA. O CDB DI é um papel atrelado ao CDI, podendo ser sob valores diferentes, como 115% ou 120% do CDI.

Os ajustes na Selic afetam o CDI e, portanto, a rentabilidade do CDB. Os valores a serem recebidos pelo investidor são imprevisíveis, porque ele não sabe se qual será a variação dessas taxas no período.

Como investir?

No site ou aplicativo do banco ou plataforma de investimentos, busque pela opção de CDB. Há CDBs com investimento a partir de R$ 1, como o CDB do BMG, que rende 108% do CDI e com resgate para daqui a um ano, ou o CDB do Pagbank, que rende 110% do CDI com carência de um dia. Também há CDBs que exigem um investimento maior, como R$ 5.000.

O rendimento do CDB paga Imposto de Renda em uma tabela regressiva, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menor é a taxa. Começa em 22,5% para aplicações de até 180 dias até chegar a 15% para aplicações em períodos maiores do que 720 dias.

Existe risco em investir em CDB?

Henrique Castro, professor de finanças da FGV-EESP, diz que o CDB pode variar de acordo com o perfil do banco que o oferece. Castro chama a atenção para o rating (classificação de risco) das instituições financeiras.

O rating de um banco é uma nota que agências de crédito fornecem para títulos emitidos por bancos ou empresas não financeiras, que avalia a capacidade daquela empresa para pagar essa dívida. Essas notas estão disponíveis nos sites das três principais agências de rating do mercado financeiro: S&P, Fitch e Moodys.

Além dos ratings, no caso dos CDBs, existe o mecanismo de proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante ao investidor o retorno de R$ 250 mil por CPF e por instituição bancária caso o banco não consiga pagar o valor prometido ao cliente.

Outros aspectos do CDB são o prazo e a liquidez. Ao investir, a pessoa pode escolher um CDB com liquidez diária e cujo rendimento pode ser sacado a qualquer hora, enquanto outros só dão o retorno do investimento depois de um prazo maior, como 24 meses.

CDB está rendendo mais hoje?

Bruno Arona, da Órama Investimentos, afirma que o rendimento do CDB era muito menor há dois anos, quando a taxa Selic estava a 2% no ano. O rendimento do CDB prefixado poderia chegar a 4%, enquanto o pós-fixado rendia algo em torno de 2% sobre o CDI. Hoje, a média de rendimento, segundo Arona, é de 13,65% para os CDBs pós-fixados indexados ao CDI.

O que levou ao aumento dos juros e, portanto, ao aumento do rendimento do CDB foi a alta da inflação durante a pandemia. Como inflação já começou a dar sinais de queda e a taxa de juros já está perto do seu pico, não deve subir muito mais, afirma Arona.

Qual a perspectiva para os CDBs?

Com a inflação alta e a taxa Selic fixada a 13,75%, os CDBs e outros investimentos de renda fixa se tornaram mais atraentes para o investidor com apetite por previsibilidade e lucro no curto prazo.

A tendência é que a taxa de juros continue alta pelo menos até o segundo semestre de 2023. "Isso representa uma perspectiva positiva para o investidor que quer comprar papéis atrelados aos juros ou à inflação no Brasil no curto prazo", declara Arona.

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