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Americanas é a bola da vez no varejo? Ação pode valorizar 58%

Loja Americanas comprou hortifruti - Renato Melo/Divulgação
Loja Americanas comprou hortifruti Imagem: Renato Melo/Divulgação

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/10/2022 13h04

Nos últimos 30 dias, as ações da rede de lojas Americanas (AMER3) subiram 27%. É a maior recuperação entre as principais varejistas do Ibovespa. No mesmo período, de 4 de setembro a 4 de outubro, o Magazine Luiza (MGLU3) teve alta de 16% e Via (VIIA3), dona das Casas Bahia, de 12%.

Nesta quarta-feira (5), os papéis da empresa estavam subindo 1,45%, para R$ 19,61 até as 12h.

O que está fazendo AMER3 subir mais que as rivais?

A companhia está passando por mudanças. A maior delas aconteceu no início de agosto, quando Sergio Rial foi indicado como novo presidente, substituindo Miguel Gutierrez. Ele só assume em janeiro de 2023, mas a troca já vem surtindo efeitos.

O mercado gostou da indicação porque Rial é ex-presidente do conselho de administração do banco Santander (BCSA34), e de 2016 a 2021, também presidiu o banco. Nome conhecido do mercado, Rial é famoso por ter muita experiência em vários cargos de gestão à frente de empresas no setor financeiro, o que pode ser bom para a Ame, o aplicativo financeiro da companhia, que permite transações como pagamentos, vendas com código QR, recarga de celular, compra de créditos para jogar online e "cashback".

E essa mudança é um dos três motivos que levaram o banco americano Morgan Stanley a elevar a recomendação das ações da Americanas de "em linha com a média do mercado" para "acima da média do mercado", o que equivale a uma sugestão de compra. O preço alvo foi corrigido de R$ 20 para R$ 24, com potencial de valorização de 24,2% em 12 meses.

Mas não é a única: em novembro do ano passado, o conhecido trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, fundadores da Ambev (ABEV3) e sócios do fundo 3G Capital, deixaram de ter o controle da empresa com 50% das ações e passaram a uma participação de 29,2%.

Desde então, a Americanas vem fazendo compras e parcerias: em fevereiro, Americanas e a Vibra, da qual Rial fazia parte do conselho, fizeram uma parceria para explorar as lojas de conveniência em postos de combustíveis. A operação integrará as lojas BR Mania, da Vibra, e Local, de Americanas. Assim, a nova empresa tem agora cerca de 1.250 lojas. A Vem Conveniência, empresa resultante da combinação desses negócios, tem o comando dividido igualmente pela Vibra e Americanas.

Em agosto, a Americanas comprou o Hortifruti Natural da Terra, uma rede de 73 lojas, por R$ 2,1 bilhões. O Natural da Terra faturou R$ 2 bilhões no ano passado. Os dois novos negócios são positivos para a Americanas, para que ela deixe de ser tão atrelada a vendas que precisam de financiamento e que são afetadas pelos juros altos.

Tudo isso, segundo o Morgan Stanley, pode promover transformação estratégica e melhorar a margem líquida de lucro da empresa. Além disso, o banco, que faz uma pesquisa chamada AlphaWise, diz que o sentimento do consumidor no Brasil está melhorando e que o consumo pode aumentar.

Feita em agosto, a pesquisa mostrou que 47% dos consumidores esperam que a economia melhore nos próximos seis meses — a maior resposta positiva desde a primeira edição da pesquisa em março de 2020.

E vale comprar Americanas?

Sim, segundo o Morgan Stanley e também conforme recomendações da Genial e Terra Investimentos, que incluíram a ação em suas recomendações para o mês de outubro.

A Genial recomenda a compra, com preço alvo de R$ 28,40 e potencial de valorização de 57,69%. A Terra tem recomendação de compra com preço alvo de R$ 25.

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