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Dólar ficará abaixo de R$ 5,10? É hora de comprar para viajar?

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/02/2023 04h00

O dólar está cotado a menos de R$ 5,10 e fechou em queda mais uma vez ontem. Ainda que a cotação continue alta, é uma boa hora para comprar para viajar ou investir, dizem especialistas ouvidos por UOL.

Quanto o dólar já caiu?

Desde o dia 3 de janeiro, o dólar passou de R$ 5,47 para fechar esta terça-feira cotado a R$ 5,077. Em janeiro, a moeda americana fechou em queda de 3,85%. Veja a cotação hoje.

O dólar pode cair para abaixo dos R$ 5?

Sim, os analistas acreditam que a moeda americana pode ser precificada abaixo dos R$ 5 novamente, dependendo do cenário político-econômico,

"Há espaço para o recuo a R$ 4,60 nos próximos dias se o governo se mostrar mais afinado e entregar nos próximos meses uma agenda de reformas atrativa", publicou a Mirae Asset, em relatório para investidores.

Hoje, 1°, o Fed, banco central americano, deve subir os juros mais uma vez. A expecativa é que suba de 0,25 pontos a 0,50 pontos, uma alta mais contida desde que a taxa americana começou a subir. Analistas esperam que os juros parem de cair em maio.

Isso por si só já faz o dólar perder força.
Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos

A política brasileira é outro ponto de atenção. Se o governo anunciar políticas para limitar ou gerenciar os gastos, os juros brasileiros podem cair em um momento próximo, o que também pode levar à queda do dólar, diz Cohen.

Por ora, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio ao fim de 2023 está em R$ 5,25, segundo a últimas pesquisa Focus do Banco Central.

Então é uma boa hora para comprar?

Apesar de a cotação ainda estar muito alta, é sim uma boa hora para comprar, tanto para viajar quanto para fazer negócios, diz Renan Mazzo, diretor de câmbio da SVN Investimentos.

No caso de quem vai viajar, como a tendência ainda é de queda nos próximos dias ou semanas, a dica é ir comprando aos poucos, para aproveitar a cotação em queda.

E é melhor comprar papel moeda ou usar um cartão pré-pago?

  • Para comprar dólar, o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) é de 1,10% no papel moeda.
  • Já no cartão pré-pago ou no cartão de crédito, o imposto é de 5,38%.
  • Até o começo deste ano, a taxa era ainda maior, de 6,38%, mas o tributo será gradualmente reduzido nos próximos anos, até chegar a zero em janeiro de 2028.

O que está acontecendo?

Os especialistas explicam que existem, pelo menos, três fatores puxando a moeda americana para baixo.

O principal deles é os juros dos Estados Unidos.

  • Os mais recentes dados da economia americana mostram que a luta do Federal Reserve, o banco central dos EUA, contra a inflação está dando certo. Há algumas semanas, por exemplo, foi divulgado que a inflação oficial dos Estados Unidos caiu 0,1% em dezembro na comparação com novembro.
  • Com isso, o Fed deve diminuir os juros projetados para os próximos 12 meses.
  • Isso tem feito o dólar cair em relação a todas as moedas emergentes do mundo, inclusive o real.

Quando os juros nos EUA caem, o capital especulativo procura outros países com taxas maiores, como é o caso do Brasil. Esse fluxo de dólar entrando aqui faz a cotação cair.
Cristiane Quartaroli, economista Banco Ourinvest

A retomada da atividade econômica na China também faz entrar mais dólares no Brasil, já que o pais exporta muitos produtos básicos (commodities) para lá.

Por fim, está a política brasileira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou no dia 12 uma série de medidas com o objetivo de reverter o déficit primário de R $231 bilhões estimado para as contas do governo federal em 2023. O mercado recebeu esse conjunto de medidas.

A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Argentina e o Uruguai, segundo Cristiane, também foram bem recebidas, o que também ajudou o dólar a cair.

Tudo vai depender também de o governo brasileiro colocar em prática o discurso de austeridade fiscal feito na semana passada.
Fabrizio Velloni, da Frente Corretora

    China ainda preocupa mercado

    Porém, há algumas preocupações com o futuro nos próximos meses e por isso pensam que o dólar pode voltar a subir. Uma dessas questões é a situação da China.
    • Na pandemia a inflação aumentou - muitos países pagaram auxílios sociais, o que aumentou o dinheiro em circulação, e a indústria ficou parada reduzindo a produção caiu, o que fez os preços subirem.
    • A China está passando por isso só agora, explica Fabrízio Veillonella, da Frente Corretora. O país só retomou a atividade econômica com o fim da política de covid zero em dezembro passado.
    • Então, a inflação chinesa pode agora por fim na baixa do dólar nos próximos meses.

    Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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    Errata: este conteúdo foi atualizado
    O nome do analista Fabrizio Velloni, da Frente Corretora, estava grafado de maneira incorreta. O texto foi corrigido.