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Tesouro Direto: meu título não será mais oferecido pelo governo, e agora?

Entenda por que o governo federal emite novos títulos públicos com diferentes prazos de vencimento - Getty Images
Entenda por que o governo federal emite novos títulos públicos com diferentes prazos de vencimento Imagem: Getty Images

Gabriela Bulhões

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/02/2023 04h00

Se você quis investir no Tesouro Direto nos últimos dias, deve ter reparado que alguns títulos sumiram da lista. Isso porque a cada ano acontecem substituições dos títulos de prazo mais curto por papéis com vencimento mais longo. E agora, o que fazer? Pensando em esclarecer as dúvidas mais comuns de uma vez por todas, o UOL ouviu a sócia-fundadora da Vértua Investimentos, Micheli Giraldi.

Que títulos foram substituídos?

No total, foram quatro mudanças: O Tesouro Prefixado 2026 (que substituiu o antigo Tesouro Prefixado 2025), Tesouro Selic 2026 (que substituiu o antigo Tesouro Selic 2024), Tesouro Selic 2029 (no lugar do antigo Tesouro Selic 2027) e Tesouro IPCA+ 2029 (no lugar do antigo Tesouro IPCA+ 2026).

Por que um título some da lista do Tesouro Direto?

Os títulos do Tesouro Direto são emitidos pelo governo federal com o intuito de arrecadar recursos financeiros. Costumam ser um dos queridinhos na carteira dos investidores pela segurança em renda fixa.

Como o governo precisa continuar a arrecadar recursos, ele emite novos títulos com diferentes prazos de vencimento, que podem variar de alguns meses a vários anos.

Isso permite que os investidores possam escolher diferentes opções de investimento, segundo seus objetivos financeiros.

Perto do vencimento de cada título, é normal que o Tesouro os retire do site, aproveitando para disponibilizar outras aplicações com vencimento mais longo.

Por isso, é como se o papel sumisse. O que significa que quem quiser comprar não vai encontrar aqueles títulos, e sim outros com prazos diferentes.

Com a emissão de novos títulos, há também novas oportunidades inseridas no mercado para o investidor.

Preciso resgatar o meu investimento?

Não é preciso resgatar já que se trata de um processo natural de emissão de novos títulos a cada ciclo.

Os títulos que foram emitidos em anos anteriores seguem com a mesma condição da data da compra. Ou seja, os títulos que você possui na carteira não sofrem alteração.

Além disso, esses papéis continuam ativos no mercado e com garantia de que o governo irá pagar o valor do título e o rendimento.

Devo aguardar até o vencimento?

A decisão de manter até o vencimento, resgatar ou vender o título é de acordo com a sua estratégia de investimento e o objetivo traçado quando foi comprado o ativo. Não é necessário vender o título que não será mais disponibilizado apenas por conta da emissão de novos títulos.

Os títulos do Tesouro têm liquidez no mercado, ou seja, podem ser negociados no mercado secundário antes do vencimento.

Para isso, existe um processo chamado de marcação a mercado. Caso os novos títulos emitidos tenham uma taxa inferior, é possível vender o seu atual título com lucro, podendo ser até superior do que o projetado inicialmente.

Mas atenção, o inverso também é válido: se a taxa atual for mais atrativa, os títulos antigos perderão o seu valor de mercado caso você decida resgatar antes do vencimento.

Quais cuidados tomar?

Dentro do mercado financeiro sempre há riscos de perder dinheiro, principalmente porque rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

O investidor deve ter em mente que, com a emissão de novos títulos, existe a possibilidade dos anteriores se valorizarem ou desvalorizarem caso a nova taxa seja mais ou menos atrativa.

Também não esqueça que é um tipo de investimento que precisa estar declarado no Imposto de Renda, independente de serem títulos antigos ou novos.

E se eu ainda quiser investir nos títulos que sumiram?

Se o título não faz parte da sua carteira, não está disponível no Tesouro Direto e mesmo assim quer investir, uma opção é verificar se ainda está sendo negociado no mercado secundário, onde um investidor compra o ativo de outro investidor.

Além disso, é importante verificar se esses papéis são compatíveis com seus objetivos de investimento e se você está disposto a correr os riscos envolvidos.

A dica é consultar um assessor de investimentos para avaliar se essa opção é uma boa escolha para você.

Quais as opções que existem agora para investir?

Os títulos do Tesouro são divididos em três principais categorias:

  • Tesouro Prefixado: A taxa de juros é definida no momento da compra e não muda até o vencimento. Essa categoria pode ter seu pagamento total apenas no vencimento (LTN) ou contar com o pagamento de cupons semestrais (NTN-F). Por exemplo, LTN 2026 com taxa de 12,72% ao ano.
  • Tesouro Selic: É um título pós-fixado com sua rentabilidade atrelada à taxa Selic, indicado para clientes que acreditam na alta da taxa básica de juros. São conhecidas também como Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Por exemplo, LFT 2026 com taxa de SELIC + 0,0992% ao ano.
  • Tesouro IPCA+: O retorno é baseado em uma taxa de juros fixa mais a variação da inflação no período. Possuem duas variações, uma delas com pagamento de juros semestrais através de cupons (NTN-B) ou apenas no final do período (NTN-B principal). Por exemplo, NTN-B 2029 IPCA + 6,10% ao ano.

Veja a lista de todos os títulos disponíveis:

Tesouro Prefixado 2026

  • Rentabilidade anual: 12,74%

Tesouro Prefixado 2029

  • Rentabilidade anual: 13,08%

Tesouro Prefixado com juros semestrais 2033

  • Rentabilidade anual: 13,08%

Tesouro Selic 2026

  • Rentabilidade anual: Selic + 0,0991%

Tesouro Selic 2029

  • Rentabilidade anual: Selic + 0,1784%

Tesouro IPCA+ 2029

  • Rentabilidade anual: IPCA + 6,13%

Tesouro IPCA+ 2035

  • Rentabilidade anual: IPCA + 6,36%

Tesouro IPCA+ 2045

  • Rentabilidade anual: IPCA + 6,53%

Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2032

  • Rentabilidade anual: IPCA + 6,19%

Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040

  • Rentabilidade anual: IPCA + 6,41%

Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055

  • Rentabilidade anual: IPCA + 6,43%

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.