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É uma boa antecipar o 13º salário para investir? Quanto rende?

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/02/2023 04h00

Vale a pena antecipar o 13º salário ao pedir férias e investir, pensando em uma próxima viagem ou em comprar presentes no final do ano? Veja abaixo a opinião dos especialistas.

O que levar em conta ao antecipar o 13º salário?

Hoje, a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% ao ano. A Selic é importante porque ela direciona o nível de juros cobrados sobre as operações de crédito, como empréstimos e financiamentos.

Isso favorece o investidor, que pode obter ganho real (já descontado a inflação) de 7% ao ano em títulos conservadores e de baixo risco, como a renda fixa. De acordo com o Relatório Focus, do Banco Central, a estimativa é que a Selic encerre o ano em 12,50%.

O que dizem os especialistas?

Com as taxas de juros em alta, vale a pena fazer a antecipação do 13º, principalmente se a pessoa for pedir férias ainda no primeiro semestre do ano e for usar o dinheiro entre o final de 2023 e o início de 2024, afirma a planejadora financeira pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro) Florence Corrêa.

O valor do 13° pode ser usado para pagar dívidas ou ainda amortizar juros. Para os que estão com dinheiro sobrando, a melhor alternativa é investir com boas taxas de rentabilidade e aproveitar os juros compostos ao longo do tempo.

Com essa estratégia, o ideal é não resgatar o investimento antes do prazo estabelecido.
Florence Corrêa, planejadora financeira pela Planejar

A sócia da HCI Investimentos e planejadora financeira pela Planejar, Wanessa Guimarães, destaca ainda que é importante ter foco no uso do dinheiro.

A antecipação do 13º só deve ser feita se a pessoa tiver o autocontrole e comprometimento para não consumir todo o dinheiro com outras despesas.
Wanessa Guimarães, sócia da HCI e planejadora financeira pela Planejar

Qual o melhor investimento para o 13º?

Como o dinheiro será usado daqui a poucos meses meses, um prazo considerado curto, os especialistas recomendam a renda fixa. Além do bom retorno, o investidor pode contar com alta liquidez, disponibilidade imediata do recurso quando necessário.

Wanessa destaca os produtos indexados ao CDI ou CDBs com vencimento antes da data desejada para uso do dinheiro. O CDB (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curto prazo oferecido pelos bancos às pessoas físicas para captar dinheiro e oferecer empréstimos. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) funciona de forma parecida. No entanto, a oferta ocorre entre as próprias instituições financeiras.

Se a opção for pelos CDBs, é preciso ficar atento com a disponibilidade do recurso, já que alguns títulos só podem ser resgatados no vencimento. Há, ainda, as carteiras de bancos digitais que pagam acima de 100% do CDI.

Wanessa diz que há também fundos de renda fixa com rentabilidade acima de 105% do CDI. O retorno do CDI utiliza como referência a taxa DI, que gira em torno de 0,10 ponto porcentual abaixo da Selic. Portanto, no momento a taxa DI está em 13,65%. Um investimento que pague 105% do CDI com a taxa DI em 13,65% renderia 16,38% ao ano (13,65% da taxa DI x 105% da rentabilidade dividido por 100).

Quanto o 13º salário rende em 11 meses?

Florence simulou três cenários diferentes para um investimento de R$ 5.000 com ganhos de 100% do CDI (13,65% ao ano).

Ela calculou quanto o dinheiro renderia ao ficar guardado por seis meses, já considerando 20% da alíquota do Imposto de Renda, dez meses e 11 meses, considerando que a pessoa vai antecipar o 13° agora em fevereiro e usar só no fim do ano. Veja quanto esses R$ 5.000 renderiam:

  • Período de seis meses: valor final de 5.276,44
  • Período de 10 meses: valor final de R$ 5.471,27
  • Período de 11 meses (até dezembro): valor final de R$ 5.521,35

Há no mercado aplicações acima de 100% do CDI. Se o investidor pessoa investir em uma aplicação com juros de 110% do CDI, poderia ter uma rentabilidade um pouco maior, de 15% ao ano, sempre de oçlho no prazo de vencimento e na possibilidade de resgatar o dinheiro.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.