Com Lula 3, Bolsa tem 2ª pior performance em início de governo desde 1995
Nos 100 primeiros dias de governo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Bolsa teve o segundo pior desempenho para início de governo desde 1995.
O que está acontecendo
O Ibovespa, principal índice da Bolsa já caiu 7,20% no ano. O dado, levantado pela plataforma TradeMap, inclui o fechamento do dia 10 de abril.
Desempenho só não foi pior que 1995. Nos 100 primeiros dias do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, o Ibovespa despencou 28,48%.
Confira a variação do Ibovespa nos 100 primeiros dias de cada governo, desde 1995:
- 1° mandato FHC (1995) -28,48%
- 2° mandato FHC (1999) +66,98%
- 1° mandato Lula (2003) +2,87%
- 2° mandato Lula (2007) +6,04%
- 1° mandato Dilma Rousseff (2011) -0,85%
- 2° mandato Dilma Rousseff (2015) +8,45%
- Michel Temer (2016) +4,49%
- Jair Bolsonaro (2019) +9,18%
- 3° mandato Lula (2023) -7,20%
Fonte: TradeMap
Com exceção do governo Temer - que assumiu o governo interinamente em maio de 2016 e tomou posse em agosto (o levantamento conta os 100 dias de 31 de agosto até o começo de dezembro de 2016) - todos os outros presidentes tiveram sua primeira fase de 100 dias no início do ano, quando geralmente o movimento na Bolsa é mais fraco.
O que fez o Ibovespa cair?
Nesses 100 dias, o lbovespa chegou a recuperar 114 mil pontos em janeiro. Mas, em 23 de março, com a decisão do Copom de manter a Selic em 13,75% ao ano e do Federal Reserve, nos Estados Unidos, de subir os juros americanos, a Bolsa perdeu os 100 mil pontos.
Incerteza ainda ronda gastos do governo. A incerteza quanto à estabilidade fiscal do país foi o que mais contou para o mau desempenho do índice, segundo Luis Novaes, Analista da Terra Investimentos.
"Durante os primeiros três meses, o mercado viveu a expectativa do anúncio da nova regra fiscal, com receio de que essa alternativa poderia ser um passo atrás no controle do endividamento público", diz Novaes.
Gastos subiram antes do governo começar. A PEC Emergencial (PEC 32/2022) permitiu ao governo federal pagar o novo Bolsa Família de R$ 600.
Mercado está otimista com nova regra, mas ainda demora para ser aprovada. Apesar da nova regra fiscal ter sido bem recebida pelo mercado - o que ajudou o Ibovespa a voltar aos 100 mil pontos -, ela só foi anunciada no final de março e ainda precisa ser aprovada pelo Congresso.
Crise das Americanas e dos bancos nos Estados Unidos também afetaram a Bolsa.
O que esperar daqui para frente?
Tudo vai depender da equação entre gastos do governo, inflação e juros altos. Se a regra fiscal não for aprovada e se não houver reforma tributaria, o Banco Central não tem como reduzir os juros, diz Breno Bonani, analista da OnTick Invest, de Vitória.
Se a taxa de juros continuar tão alta (13,75% ao ano) ela pode prejudicar as empresas. "Não faz sentido nenhum termos uma taxa de dois dígitos e uma inflação de um dígito. Essa taxa podia ser mais baixa. Mas sem a reforma e a regra fiscal, o BC fica travado", afirma Bonani
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