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Saiba investir R$ 10 mil de acordo com seu perfil: conservador ou arrojado?

Olivier Le Moal/iStock
Imagem: Olivier Le Moal/iStock

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/04/2023 11h00

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Quem tem dinheiro guardado pode investir em diferentes produtos, como ações, fundos de investimento ou títulos do Tesouro Direto. Mas é importante entender o seu perfil de investimento para desenhar a melhor estratégia (faça este teste e saiba qual seu perfil). Veja como investidores conservadores, moderados e arrojados podem montar uma carteira com R$ 10 mil.

Perfis de investimento

Conservador. Ele não se dá bem com a ideia de ver seu dinheiro oscilando de forma constante. Portanto, suas opções tendem a render menos, uma vez que o risco para alcançar o resultado será proporcionalmente menor, diz a head de fundos e previdência da Manchester Investimentos, Mayara Ranni Sekertzis.

Moderado. É aquele que ainda prefere a renda fixa, mas consegue lidar com uma pitada de risco, pensando em um rendimento maior, diz o sócio da Plug Investimentos AA da Somma, João Felipe da Silva Frandolozo.

Arrojado. Esse investidor geralmente tem mais experiência e busca ganhos a longo prazo. Para elevar a rentabilidade, ele suporta investimentos de mais riscos.

Como montar a carteira?

Esses investimentos levam em consideração que o investidor já tem sua reserva de emergência montada, em um investimento seguro e com liquidez.

Conservadores

  • O ideal é ter pouco risco na carteira. O ideal é ter 70% em ativos pós-fixados que seguem a taxa básica de juros, como o Certificado de Depósitos Interbancários (CDI). Outros 20% podem ser alocados em ativos que seguem a inflação, caso do Tesouro IPCA+. E 10% na renda fixa prefixada, quando a taxa é definida na contratação, diz o sócio e head de Alocação da Alta Vista Investimentos, Orlando Bachesque.

Moderado

  • Investidores moderados podem arriscar mais. Podem investir em crédito privado, Tesouro Direto, ações e multimercado, além de ETFs (fundos que seguem índices).
  • Veja como fica a divisão. A carteira dos moderados pode ter 35% de renda fixa pós-fixada, 25% de renda fixa atrelada ao IPCA e 15% em prefixados. Já 16% do total deve ser alocado em fundos de multimercados (que têm renda fixa, ações e câmbio), 7% em ações e 2% em ouro.
  • Na prática, a carteira ficaria dessa forma: R$ 7.500 na renda fixa e R$ 2.500 na renda variável.

Arrojado

  • Investidor arrojado deve estar mais posicionado em ações, operações estruturadas e moedas. A ideia é reduzir a exposição à renda fixa e aumentar na renda variável.
  • Veja como fica a divisão. 30% da carteira seria para a renda fixa pós-fixada, 20% em renda fixa que segue a inflação, e, 10%, em prefixada. Por outro lado, são mantidos os 16% de fundos multimercados, e as ações passam a ser 20%, enquanto os investimentos em ouro chegam a 4%. Dessa maneira, o valor de R$ 10 mil seria distribuído entre R$ 6.000 na renda fixa e R$ 4.000 para a renda variável.

Quais produtos são indicados?

CDBs, títulos públicos e de crédito privado são alternativas para investidores conservadores. Mayara, da Manchester, afirma que a recomendação é que este tipo de investidor tenha 100% da carteira em produtos de renda fixa, ou seja, os próprios R$ 10 mil —embora não seja uma regra.

Assim, o investidor não vai sair de um ativo antes do tempo em razão de alguma volatilidade, por exemplo. Para os conservadores, ela menciona os títulos de crédito privado, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), e títulos de renda fixa, como Tesouro Direto e Certificado de Depósito Bancário (CDBs).

Pode ser a hora de investir em Bolsa, mas com cuidado. Apesar de as ações estarem com um preço baixo historicamente, o momento ainda é de grande instabilidade. Por isso, a dica é começar aos poucos e pensar no longo prazo.

No momento, os mercados estão sem um direcionamento claro. Com a taxa de juros elevada, o investidor moderado pode diminuir a parcela da renda variável e aumentar a de renda fixa ou em multimercados. Todas as classes podem ser trabalhadas, sempre lembrando da diversificação.
Mayara Ranni Sekertzis, head de fundos e previdência da Manchester Investimentos

O balanço das carteiras deve ser revisado de tempos em tempos, com objetivo de ajustar as expectativas ao alinhamento de resultados. Em determinados momentos, um perfil arrojado pode trazer mais resultado aplicando ações moderadas e vice-versa.
João Felipe da Silva Frandolozo, Sócio da Plug Investimentos AA da Somma

E as recomendações para investir bem?

Tenha uma reserva de emergência. Tanto para agir com tranquilidade na hora de investir, quanto para encontrar oportunidades ao longo do tempo, é fundamental ter recursos para emergência. Isso pode variar entre seis meses a um ano do custo de vida de uma pessoa ou família.

Não busque a "bola da vez". Para Mayara, da Manchester, o investimento que está rendendo mais em um determinado período não necessariamente terá a mesma performance no futuro. Por isso, é importante manter a diversificação do dinheiro em diferentes investimentos.

Acrescente mais todo mês - nem que seja pouco. Obter sucesso nos investimentos requer disciplina. Ao investir sempre, nem que seja R$ 100, o retorno será maior com o passar dos anos.

Observe a liquidez e o prazo de retorno. Ao analisar o tempo de retorno de um investimento e se aquele recurso estará disponível de forma imediata ou não, o investidor consegue traçar melhores estratégias.

Uma carteira de investimentos deve ter como premissa os anseios de cada pessoa. Alguns pontos devem ser levados em consideração, como horizonte de investimentos, necessidade de liquidez e riscos que a pessoa aceita correr.
Orlando Bachesque, sócio e head de Alocação da Alta Vista Investimentos

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