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Como os juros em alta nos EUA afetam os seus investimentos

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/06/2023 04h00

Os juros nos EUA pararam de subir - pelo menos por enquanto. Isso favorece o mercado de ações no mundo todo, especialmente nos países emergentes, como o Brasil. Logo depois da decisão do banco central americano, o Fed, o dólar caiu e chegou ao seu menor valor em mais de um ano, e a Bolsa subiu.

Novas altas estão a caminho. O banco central sinalizou que os custos dos empréstimos ainda vai subir mais 0,5% até o final deste ano, em duas altas pequenas.

Mesmo que os juros ainda não estejam em queda, o mercado já vai se animando. "O mercado gosta de antecipar os fatos", diz Heitor Martins, estrategista de investimentos da Nexgen Capital.

O que pode acontecer com os juros

A decisão nos EUA pode influenciar o Banco Central do Brasil. Os Estados Unidos são a maior economia do mundo, lembra Gabriel Meira, economista e sócio da Valor Investimentos. "Por isso a decisão do Fed influencia todos os outros bancos centrais", diz ele. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 20 e 21 junho para discutir os rumos da taxa Selic.

A taxa de juros deve chegar a 12,50% até o fim do ano. É o que diz o boletim Focus, do Banco Central. O mercado está calculando que ao final de 2024 a Selic esteja nos 10%, e em 2026 nos 8,75%, segundo Moura.

Mas a queda dos juros aqui não depende apenas da movimentação nos EUA. Os juros são como o preço do dinheiro: se existe pouco dinheiro rodando no mercado para ser emprestado, os juros são altos. O dinheiro que os bancos têm para emprestar vem de investimentos, como a poupança e outros, e historicamente o brasileiro investe muito pouco. Por isso, os juros aqui sempre vão ser mais altos que os de países com economia mais desenvolvida.

Como a Bolsa deve reagir

Quando os juros caem, investidores do mundo todo buscam opções para fazer o dinheiro render mais. Nesse caso, o mercado de ações fica mais atrativo, mesmo com riscos.

As primeiras ações que apresentam ganham costumam ser as das empresas que mais dependem dos juros. Nesse conjunto estão os papéis do setor de tecnologia e de companhias mais endividadas, explica Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, de Recife.

Por isso a Bolsa brasileira vem, desde o final de março, num ciclo de alta, que o mercado chama de rali. "Haverá uma alta ainda mais forte ainda quando os juros baixarem mesmo", diz Martins.

E como ficam os outros investimentos?

A renda fixa no longo prazo, aquela em que o investidor só pode resgatar o dinheiro anos depois da aplicação, também é favorecida. Quem investe agora, segundo ele, pega uma taxa de 10% a 11% ao ano. "Se os juros caem, o investimento fica travado nessa taxa maior que a do mercado", diz Rodrigo Jolig, diretor de investimentos na Alphatree Capital.

Fundos também podem subir. Outra aplicação que pode se beneficiar são os "Exchange-Traded funds", mais conhecidos como ETFs - principalmente os ligados aos índices de bolsa de valores estrangeiras. Os ETFs permitem ao investidor brasileiro atrelar seu dinheiro à variação de uma bolsa europeia ou asiática, por exemplo. "Esses mercados também devem se beneficiar com a perspectiva do fim do ciclo de juros subindo", diz Jolig.

Normalmente, o dólar cai com a queda de juros nos EUA. Isso porque a renda fixa nos EUA deixa de ser tão atraente, e os investidores internacionais buscam formas de fazer o dinheiro render maisMas esse cenário não é garantido para o médio prazo, explica Ian Caó, sócio-fundador da Gama Investimentos. Inicialmente, a parada nos juros americanos favorece o real frente ao dólar, causando a baixa na cotação da moeda estrangeira. Mas isso pode não se confirmar no médio e longo prazo.

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