Fed eleva sua taxa de juros de referência em meio ponto
Washington, 4 Mai 2022 (AFP) - O Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou nesta quarta-feira (4) em meio ponto percentual suas taxas de juros de referência, o primeiro aumento desta magnitude desde o ano 2000, para tentar controlar uma inflação recorde, e destacou que novas altas "se justificarão" no futuro.
As taxas ficaram, assim, entre 0,75% e 1%, segundo o comunicado oficial emitido ao fim de uma reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária do Fed (FOMC).
Além disso, o organismo começará a reduzir seus ativos em bônus a partir de primeiro de junho e advertiu que a guerra na Ucrânia e os confinamentos na China agravam a inflação.
Segundo o presidente do Fed, Jerome Powell, um aumento das taxas básicas de juros em 0,75 ponto percentual "não é considerado firmemente" por enquanto por parte do banco central americano.
Powell disse, ainda, que há "boas possibilidades" de que o aumento dos juros não leve à economia a uma recessão, nem provoque um aumento do desemprego se "as condições econômicas e financeiras evoluírem de forma coerente" com as expectativas do banco central.
O Fed continua acreditando que a inflação voltará gradativamente à meta de 2% estabelecida pelo organismo à medida que o custo do crédito subir, mas permanecerá "muito atento aos riscos inflacionários".
O FOMC também constatou o "altamente incerto" impacto de fatores externos, incluindo a invasão russa da Ucrânia, que está "criando pressão adicional sobre a inflação e pesará na atividade econômica".
Os confinamentos na China para combater a covid-19 "provavelmente vão aumentar as perturbações nas redes de abastecimento", acrescentou.
A redução de seus ativos significará liberar-se a partir de 1º de junho de 47,5 bilhões de dólares em bônus e títulos por mês para dobrar o número depois de três meses.
O Fed acumulou 9 trilhões de dólares em bônus do Tesouro e outros títulos entre seus ativos, como forma de injetar liquidez no sistema financeiro durante a pandemia.
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