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Prejuízo das empresas de Eike sobe 395% e tem recorde de R$ 5,71 bi

Matheus Lombardi

Do UOL, em São Paulo

15/08/2013 07h26Atualizada em 15/08/2013 09h32

O prejuízo das empresas do bilionário Eike Batista com ações na Bolsa (OGX, MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) teve recorde histórico no 2º trimestre.

Segundo levantamento feito com base no balanço das companhias do grupo EBX , as perdas chegam a R$ 5,71 bilhões no período, alta de 395% em relação aos três meses anteriores.

No 1º trimestre, as empresas do bilionário tiveram prejuízo de R$ 1,154 bilhão, o maior prejuízo registrado até o período. 

Prejuízo das empresas de Eike

EmpresaPrejuízo no 2º tri
OGX (petróleo)R$ 4,72 bi
MMX (mineração)R$ 441,5 mi
MPX (energia)R$ 233,2 mi
OSX (constr. naval)R$ 152,6 mi
CCX (carvão)R$ 88,3 mi
LLX (logística)R$ 73,6 mi

Apesar de não serem mais controladas pelo bilionário, a LLX e a MPX foram consideradas como parte do grupo por terem sido negociadas após o encerramento do período analisado.

As companhias controladas por Eike Batista enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores.

LLX é vendida

O megaempresário anunciou na noite desta quarta-feira (14) a venda do controle da LLX (LLXL3), companhia de logística do grupo EBX. É a segunda empresa de que Eike abre mão do controle só neste ano.

A empresa teve prejuízo líquido de R$ 73,6 milhões nos 2º trimestre.

A LLX  firmou um termo de compromisso para receber investimento de R$ 1,3 bilhão da empresa do setor de energia EIG Management Company, que vai assumir o controle da companhia.

A LLX também disse que Eike, o atual acionista controlador, deixará de fazer parte da administração da empresa, mas que continuará sendo um acionista relevante.

A ação da LLX disparou 17,05% nesta quarta, a maior alta entre os papéis integrantes do Ibovespa.

OGX, a maior perdedora

A OGX (OGXP3), petroleira do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, encerrou o segundo trimestre com prejuízo de R$ 4,72 bilhões, mais de 1000% maior do que as perdas do segundo trimestre do ano passado, que foram de R$ 398,6 milhões.

As baixas contábeis relativas aos campos improdutivos e poços secos da OGX somaram R$ 4,1 bilhões e foram as principais responsáveis pelo prejuízo bilionário da empresa no período.

De acordo com o relatório que acompanha as demonstrações financeiras, houve uma baixa de R$ 3,6 bilhões referente a provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.

Além disso, houve uma outra baixa de R$ 491 milhões relativa a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

MMX

A MMX (MMXM3), empresa de mineração do Grupo EBX, de Eike Batista, registrou prejuízo líquido de R$ 441,529 milhões no segundo trimestre, ante prejuízo líquido de R$ 392,298 milhões obtidos no mesmo período do ano passado, uma expansão de 12,5%, conforme demonstração de resultados consolidados.

De acordo com a demonstração, disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a receita líquida foi de R$ 284,476 milhões no segundo trimestre, ante R$ 203,634 milhões no mesmo período de 2012, em alta de 39,6%.

O custo de vendas no segundo trimestre alcançou R$ 98,189 milhões, ante R$ 90,564 milhões no mesmo período do ano passado, um aumento de 8,4%.

Eike Batista em tempos de crise

MPX

A MPX (MPXE3), empresa de energia do grupo EBX, teve prejuízo de R$ 233,2 milhões no segundo trimestre. O prejuízo é 72,5% maior que o apurado em igual período do ano passado (R$ 135,2 milhões).

A receita operacional líquida foi de R$ 395,1 milhões. No semestre, a receita totalizou R$ 591,2 milhões.

De acordo com a empresa, a receita foi composta principalmente pelas receitas dos contratos de compra e venda de energia das termelétricas Itaqui e Parnaíba I, ambas no Maranhão, que atingiram capacidade comercial plena ao longo do primeiro semestre de 2013.

OSX

O estaleiro OSX (OSXB3) registrou prejuízo de R$ 152,6 milhões no 2º trimestre, alta de 637% em relação as perdas do 1º trimestre (quendo registrou prejuízo de R$ 20,7 milhões).

O valor é quase 24 vezes maior do que o registrado em igual período de 2012, quando a OSX teve prejuízo de R$ 6,3 milhões.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou negativa em R$ 100,1 milhões entre abril e junho.

CCX

A companhia de mineração de carvão CCX, do empresário Eike Batista, registrou prejuízo de R$ 88,318 milhões no segundo trimestre. O bilionário Eike Batista desistiu em junho de fechar o capital da empresa.

Mais rico do mundo

Em maio de 2011, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, o brasileiro disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015 -mas o sonho tem ficado cada vez mais distante.

De lá para cá, suas empresas deixaram de cumprir cronogramas e de atingir metas, as ações das empresas do grupo EBX vêm perdendo valor na Bolsa e, consequentemente, a fortuna de Eike vem encolhendo.