Inflação em dezembro é recorde, mas fecha ano a 5,91%, dentro da meta
A inflação oficial bateu recorde em dezembro, mas fechou 2013 dentro do limite máximo projetado pelo governo. Segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), a inflação em 2013 foi de 5,91%.
Em dezembro, o índice acelerou para 0,92%, e teve a maior alta mensal desde abril de 2003, quando atingiu 0,97%. Foi também o maior valor para meses de dezembro desde 2002, cujo resultado chegou a 2,1%.
As informações são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram divulgadas nesta sexta-feira (10). Em 2012, a inflação tinha ficado em 5,84%.
A meta do BC tem dois números importantes: o chamado centro da meta e o limite. O centro da meta é 4,5% no ano, mas há uma tolerância de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, ou seja, previa-se uma inflação entre 2,5% e 6,5%. Esses 6,5% são o limite, e por isso é considerado que os 5,91% estão dentro da meta.
A previsão do BC, divulgada em dezembro, era de que a inflação fechasse 2013 a 5,8%.
O IPCA mede a inflação para as famílias com renda de um a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, a além do município de Goiânia e de Brasília.
Alimentos e bebidas foram vilões; cafezinho ficou quase 12% mais caro
O resultado do ano passado foi puxado, principalmente, por alimentos e bebidas, com avanço de 8,48% em 2013. Comer fora de casa ficou 10,07% mais caro em 2013, segundo o IBGE, acima da alta de 9,51% de 2012.
O cafezinho, por exemplo, subiu 11,78% no ano passado; tinha subido 8,67% em 2012.
As despesas pessoais ficaram em segundo lugar no ranking das maiores variações. Pelos serviços dos empregados domésticos, as famílias passaram a pagar rendimentos mais altos em 11,26%.
Também tiveram fortes altas o cigarro (15,33%), manicure (11,01%), hotel (10,81%), costureira (7,03%) e cabeleireiro (8,05%).
Resultado não foi pior graças à conta de luz e tarifa de ônibus
O resultado do IPCA no ano só não foi pior porque, em janeiro, o governo promoveu forte redução no valor das tarifas de energia elétrica e, em meados do ano, o aumento dos preços do transporte público foi revogado em várias capitais após intensas manifestações populares.
Os preços de energia elétrica residencial fecharam o ano passado com queda de 15,66%, tendo impacto de -0,52 ponto percentual no IPCA, segundo o IBGE.
Já transportes, apesar da revogação da alta das tarifas, ainda subiu 3,29% no ano, ante 0,48% em 2012, com impacto de 0,64 ponto percentual no IPCA fechado em 2013.
Dezembro teve maior inflação desde abril de 2003; vilão foi transporte
A inflação oficial acelerou para 0,92% em dezembro, após alta de 0,54% em novembro, e teve a maior alta mensal desde abril de 2003, quando atingiu 0,97%.
Foi também o maior valor para meses de dezembro desde 2002, cujo resultado chegou a 2,10%.
Dos grupos de produtos e serviços pesquisados, transporte teve a maior variação e o maior impacto em dezembro: alta de 1,85% e impacto de 0,35 ponto percentual.
A gasolina, cujo impacto foi de 0,15 ponto percentual no índice, e as passagens aéreas, com 0,12 p.p., constituíram-se nos destaques individuais do mês. Juntos, somando 0,27 p.p., estes dois itens se apropriaram de quase um terço (29%) do IPCA.
O litro da gasolina ficou, em média, 4,04% mais caro. A alta foi reflexo do reajuste de 4% nas refinarias a partir de 30 de novembro. Nas passagens aéreas, o aumento médio chegou a 20,13%. O etanol teve aumento médio de 4,83%. No caso do óleo diesel, o reajuste de 8% nas refinarias, a partir de 30 de novembro, acabou por se refletir em 4,89%, em média, nos preços ao consumidor.
Quanto às viagens interestaduais realizadas através de ônibus, também ficaram mais caras no mês, em média 1,30%, ainda em consequência do reajuste de 6,90% autorizado desde 3 de outubro.
Perspectiva para 2014
De acordo com os economistas consultados pelo Banco Central, a inflação esperada para este ano está em 5,97%. Novas projeções são divulgadas todas as segundas-feiras, no Boletim Focus.
(Com Reuters)
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