Inflação acelera 0,92% em março, maior alta para o mês em 11 anos
A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor - Amplo), fechou março em alta de 0,92%, conforme divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (9).
Trata-se da maior inflação para março desde 2003, quando o IPCA teve alta de 1,23%.
Em fevereiro, a alta dos preços havia sido de 0,69%. Em janeiro, os preços tinham subido 0,55%, a menor taxa de crescimento para meses de janeiro desde 2009. No trimestre, a alta acumulada dos preços é de 2,18%.
Em março do ano passado, a inflação oficial tinha subido 0,47%. Nos últimos 12 meses, alta acumulada dos preços é de 6,15%.
A meta do governo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas há tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo (ou seja, variando de 2,5% a 6,5%).
O IPCA mede a inflação para as famílias com renda de um a 40 salários mínimos em nove regiões metropolitanas do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, além do município de Goiânia e de Brasília.
Alimentos puxaram alta da inflação
Quem foi ao supermercado fazer compras em março pode ter tomado um susto com o preço dos alimentos. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a batata inglesa, por exemplo, ficou 35% mais cara no mês passado.
O preço do tomate também disparou, subindo 32,8%. Raízes e legumes tiveram alta de 21,95%; o morango ficou 18,7% mais caro.
O arroz com feijão também ficou mais salgado: o preço do feijão-carioca subiu 11,8%; o preço do arroz aumentou 0,22%. O ovo de galinha, para acompanhar, está 8,2% mais caro.
A salada também subiu bastante. O grupo de hortaliças e verduras teve alta média de 9,36%. Uma salada de repolho, por exemplo, está custando cerca de 12% mais; o preço da alface subiu 11,4%, e o da couve-flor aumentou 9,3%.
Avião, motel, combustível, futebol
Além dos alimentos, também pesou no bolso do consumidor a alta das passagens aéreas, que, na média nacional, foi de 26,5%.
Na ampla lista de produtos pesquisados pelo IBGE, também entra a conta do motel, que está 4,3% mais alta. Para abastecer o carro, o preço do etanol teve alta de 4,07% para o consumidor ao longo do mês passado.
Quem tem bichinhos de estimação também pode ter sentido uma alta nos preços dos cuidados, uma vez que o IBGE registrou inflação de 3,25% para este grupo.
Os preços de ingressos para jogos subiram 3,1%, segundo o IBGE. Nesta categoria, o ingresso do jogo de futebol representa quase todo o índice total; o resultado final também inclui outras modalidades, mas com peso muito menor.
Também pesou no bolso do consumidor uma alta média de 3,01% nos custos do transporte coletivo.
INPC variou 0,82% em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,82% em março, acima do resultado de 0,64% de fevereiro.
No primeiro trimestre do ano a variação foi de 2,1%. Considerando os últimos 12 meses o índice ficou em 5,62%. Em março de 2013 o INPC tinha sido de 0,6%.
Os produtos alimentícios aumentaram 1,88% em março, enquanto os não alimentícios ficaram com 0,37%. Em fevereiro, os resultados haviam sido 0,39% e 0,75%, respectivamente.
Entre os índices regionais, o maior foi o de Brasília (1,38%) em virtude da alta de 51,65% nas tarifas das passagens aéreas.
O menor índice foi o de Belém (0,45%), onde os alimentos consumidos em casa apresentaram variação de 0,8%, bem abaixo da média nacional (2,27%).
O INPC se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 27 de fevereiro a 28 de março de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de janeiro a 26 de fevereiro de 2014 (base).
(Com Reuters)
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