Inflação desacelera para 0,67% em abril; alta em um ano chega a 6,28%
A inflação oficial (IPCA) foi de 0,67% em abril, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve uma desaceleração em relação a março, quando a inflação atingiu 0,92%. Em comparação com abril do ano passado, quando os preços tinham subido 0,55%, a inflação agora foi maior.
Com isso, nos quatro primeiros meses do ano, os preços subiram 2,86% --em 2013, no mesmo período, a inflação era de 2,5%.
Acumulado em 12 meses sobe para 6,28%
No acumulado em 12 meses, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) atingiu 6,28%, aproximando-se do limite máximo do objetivo do governo (6,5%).
Em janeiro deste ano, a inflação acumulada estava em 5,59%, que era o menor nível desde novembro de 2012. O indicador vem aumentando progressivamente desde então.
A meta do governo é controlar a alta dos preços no nível de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo --ou seja, oscilando entre 2,5% e 6,5%.
"A inflação deve continuar sob pressão nos próximos trimestres por causa do mercado de trabalho apertado, do aumento das expectativas de inflação e da perspectiva de alta do dólar", segundo economistas do Itaú Unibanco. "O IPCA deve terminar 2014 e 2015 em 6,5%."
Alimentos e transportes sobem menos
A inflação dos grupos de alimentação e transporte diminuiu em abril na comparação com março, o que contribuiu para a desaceleração do resultado global.
Se o preço da comida tinha subido 1,92% em março, em abril aumentou 1,19%. Enquanto o preço dos transportes tinha aumentado 1,38%, em abril a alta foi de 0,32%.
No grupo dos alimentos, o principal destaque foi o preço do tomate, que passou de um salto de 32,85% em março para queda de 1,94%. As hortaliças, que tinham subido 9,36% em março, apresentaram queda de 1% em abril.
Por outro lado, o preço da batata inglesa aumentou 22,26% no mês passado, depois de ter subido 35% em março. O feijão-fradinho subiu 9,81% em abril; a carne seca e de sol teve alta de 8%.
No grupo de transportes, o destaque foi a queda de 1,87% no preço das passagens aéreas, depois de uma alta de 26,5% em março. Os preços de combustíveis, automóveis e tarifas de ônibus também subiram menos.
Juros e inflação
Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, por meio da taxa básica de juros, a Selic. Assim, caso o BC observe que a inflação corre o risco de superar a meta, a tendência é elevar os juros.
De olho na alta dos preços, o governo já subiu a taxa de juros de seu menor valor histórico (7,5%) para os atuais 11% em pouco mais de um ano.
Apesar da estratégia, economistas acreditam que o BC não deve voltar a subir os juros neste mês, por avaliar que a alta da inflação se deve ao aumento dos preços dos alimentos.
Na véspera, o diretor de políticas econômicas do BC, Carlos Hamilton Araújo, declarou que a alta recente da inflação é um fenômeno temporário.
O diretor de assuntos internacionais e de regulação do BC, Luiz Awazu Pereira, disse que a instituição trabalha para trazer o IPCA para a meta "num futuro próximo" e repetiu que a política monetária demora a apresentar efeitos práticos.
INPC sobe 0,78%, menos que em março
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC apresentou variação de 0,78% em abril e ficou abaixo do resultado de 0,82% de março. Nos primeiros quatro meses do ano a variação situou-se em 2,9%, acima da taxa de 2,66% de igual período de 2013.
Considerando os últimos doze meses o índice ficou em 5,82%, acima da taxa de 5,62% dos doze meses anteriores. Em abril de 2013 o INPC foi de 0,59%.
Os produtos alimentícios aumentaram 1,34% em abril, enquanto os não alimentícios ficaram com 0,54%. Em março, os resultados haviam sido 1,88% e 0,37%, respectivamente.
Entre os índices regionais, o maior foi o de Fortaleza (1,21%) em virtude da alta de 2,68% nos preços dos alimentos consumidos em casa, que ficou acima da média nacional (1,62%).
A região metropolitana de São Paulo (0,54%) apresentou o menor índice.
O INPC se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de março a 28 de abril de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 27 de fevereiro a 28 de março de 2014 (base).
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